Desde a eleição passada que o PDT do Ceará se tornou protagonista de uma série de erros na política local. Como sabemos, tudo começou quando o partido escolheu o ex-prefeito Roberto Cláudio, em detrimento da então governadora Izolda Cela, como candidato a governador.
Nada contra o ex-prefeito, que apenas seguiu a escolha do seu próprio partido, mas o próprio sabia que sua candidatura traria riscos políticos ao próprio PDT. Resultado? Se despediu do pleito ainda no 1° turno e na terceira colocação, quando Elmano de Freitas (PT), apoiado por Lula, Camilo e todos os partidos da base, venceu de forma inédita com quase 60% dos votos.
De lá pra cá, o PDT cearense mergulhou ainda mais na crise que o próprio ajudou a criar. É injusto dizer que a legenda se dividiu, pois a maioria dos deputados estaduais (10 dos 13) decidiram ir para a base do governo Elmano. É injusto dizer que a crise foi gerada por políticos neófitos, pois o PDT cearense, em sua grande maioria, é formado por políticos graúdos e de diferentes matizes ideológicos.
Diante de todo esse terremoto e instabilidade, o resultado não poderia ser além de ruínas. Hoje, o PDT Ceará, é um partido sem articulação, sem estratégia, sem liderança. O partido que outrora era o mais poderoso do estado, hoje corre o inevitável risco do esvaziamento.
De um lado, temos o grupo liderado pelo presidente da Assembleia, Evandro Leitão (PDT), que pode migrar para o Republicanos. A expectativa é que esse grupo se filie ao partido conservador no dia 19 de maio, em um evento organizado pelo presidente estadual da legenda, o empresário Chiquinho Feitosa.
O evento ainda pode contar com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), responsável pela “chegada” do grupo de Evandro ao partido. Do outro lado, temos o próprio senador Cid Gomes (PDT), que nos últimos meses ficou no fogo cruzado e hoje é uma voz solitária no partido.
Além do próprio Republicanos, Cid envia deputados de sua confiança para sondar outras legendas. Recentemente, o deputado federal Eduardo Bismarck conversou com a presidente do Podemos, Renata Abreu, sobre a possível filiação de Cid ao partido.
Neste cenário, o senador assumiria o comando da federação PSDB-Cidadania-Podemos no Ceará. Porém, a maior probabilidade, segundo interlocutores, é que Cid Gomes acompanhe os deputados, do grupo de Evandro Leitão, rumo ao Republicanos.