Publicado em 24/04/2023
Por Irina Slav
AEPET — A Rússia planeja aumentar as exportações de gás natural para a China em quase 50% este ano, disse o vice-primeiro-ministro Alexander Novak.
A Gazprom da Rússia envia gás para a China através do gasoduto Power of Siberia sob um contrato de 30 anos no valor total de US$ 400 bilhões. O gasoduto foi lançado em 2019 e, no ano passado, 15,5 bilhões de metros cúbicos de gás fluíram por ele.
Isso deve aumentar este ano para 22 bilhões de metros cúbicos e atingir gradualmente sua capacidade total de 38 bilhões de metros cúbicos em 2027.
“O fornecimento de gás no ano passado foi de 15 bilhões de metros cúbicos. Em 2023, esperamos 22 bilhões de metros cúbicos, um aumento de quase 50%”, disse Novak.
Há também planos para expandir o Power of Siberia com um gasoduto gêmeo, o Power of Siberia-2, com o objetivo de aumentar o fornecimento de gás para a China para pelo menos 98 bilhões de metros cúbicos até 2030. Ainda assim, isso é substancialmente menor do que o recorde 177 bilhões de metros cúbicos, que forneceu à Europa em 2018 e 2019, observa a Reuters.
O vice-primeiro-ministro, por sua vez, também disse que a Rússia estava recebendo mais pagamentos em yuans por suas exportações de petróleo e gás. Também está vendendo mais petróleo e gás por rublos, disse Novak.
A tendência é parte do que efetivamente equivale a um divórcio entre a Rússia e o Ocidente após a invasão da Ucrânia e a resposta dos aliados dos EUA, que assumiu a forma de uma enxurrada de sanções e confisco de ativos.
“O yuan e o rublo estão em alta demanda, então esse vetor vai continuar. A China já paga em yuan pelo gás e parcialmente pelo petróleo, também há acordos no rublo”, disse Novak à mídia russa, conforme citado pela Reuters.
A moeda chinesa representou 23 por cento dos pagamentos de importação russas no ano passado, um aumento de 4 por cento sobre ano anterior.
Fonte: Oilprice.com