A relação entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que vinha sendo incômoda desde o governo Bolsonaro, acabou se rompendo. De acordo com uma matéria do O Globo, isso ocorreu após a ‘quebra de braço’ envolvendo a forma como as Medidas Provisórias (MPs) são tramitadas, na qual as duas casas legislativas disputaram o protagonismo. Desde então, Lira e Pacheco não se falam mais e, caso precisem resolver algo, o senador Davi Alcolumbre (UB) é o intermediário.
Antes de discordar da sugestão de Lira de que as comissões mistas das MPs deveriam ter três deputados para cada senador, Pacheco já havia apresentado uma proposta que desagradou Lira. A proposta mudava a legislação do impeachment, de modo que o poder de “engavetar” seria eliminado. Com isso, Lira e seus sucessores seriam obrigados a analisar os casos em até 30 dias. Por exemplo, o presidente Jair Bolsonaro teve 158 pedidos de impeachment arquivados.
Durante as eleições do ano passado, Pacheco foi mais ‘duro’ do que Lira ao criticar as declarações do ex-presidente contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e as urnas eletrônicas. Lira ficou incomodado com as frequentes declarações públicas do presidente do Senado em defesa das instituições, a ponto de apelidá-lo de “senhor democracia”.
No impasse sobre as MPs, Lira pediu de volta os apartamentos funcionais da Câmara ocupados por ex-deputados que se elegeram senadores, como Romário (PL), Tereza Cristina (PP-MS) e Alcolumbre.
Na disputa em relação as MPs, Pacheco resolveu a questão com um ofício para a Câmara em 31 de março, recusando a abertura do debate em uma sessão conjunta do Congresso sobre uma nova forma de rito. A última discussão entre os dois sobre o assunto ocorreu em 22 de março.
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