Brasil de Fato – As eleições presidenciais do Paraguai, realizadas neste domingo (30), terminaram com a vitória do candidato do Partido Colorado, o economista Santiago Peña, de 44 anos.
Com mais de 83% das urnas apuradas, Peña obtém 43,5% dos votos [1,1 milhão de votos totais] e uma vantagem de quase 16 pontos percentuais sobre o segundo colocado, Efraín Alegre, do Partido Liberal, que tem 27,6%.
Diante de uma vantagem irreversível, o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) declarou o candidato governista [Peña representa a continuidade do setor que governa atualmente, com Abdo Benítez] como presidente eleito. Ele deve assumir, no próximo mês de agosto, um mandato de cinco anos, até agosto de 2028.
A vitória do economista também significa que o Partido Colorado mantém sua hegemonia no Paraguai, iniciada com a chegada ao poder de Juan Natalicio González, em agosto de 1948. Desde então, a legenda conservadora quase nunca perdeu o poder no país, entre mandatos democráticos e o período ditatorial liderado pelo general Alfredo Stroessner (1954-1989).
O único período presidencial no Paraguai que não foi liderado pelos colorados aconteceu entre 2008 e 2013, quando Lugo venceu as eleições e governou até 2012, ano em que foi vítima de um golpe de Estado parlamentar orquestrado pelo Partido Liberal, do seu então vice Federico Franco, que governou durante o último ano de mandato.
Aquela aliança entre liberais e progressistas foi reeditada nas últimas eleições, sob a liderança de Efraín Alegre, do Partido Liberal, que foi ministro de Obras Públicas de Lugo. Ele foi derrotado em 2018 por Benítez e novamente este ano, diante de Peña.
Nas eleições deste 2023, Alegre obteve 27,6% [pouco mais de 700 mil votos totais]. A performance foi significativamente abaixo da conquistada há cinco anos, quando ele superou a marca de um milhão de votos, ficando com 43,1% [3,3% a menos que o vencedor, Abdo Benítez].
O terceiro colocado neste ano foi o ultranacionalista Payo Cubas, do partido Cruzada Nacional. Ele obteve cerca de 22,1% dos votos [pouco mais de 500 mil votos totais], alcançando o melhor resultado da extrema direita na história do Paraguai.
Outro representante da extrema direita, o ex-goleiro José Luis Chilavert, chegou a figurar em quarto lugar em algumas pesquisas no início do ano, mas sua candidatura acabou se desinflando na reta final, e ele terminou em quinto, com 0,8% [pouco menos de 20 mil votos totais].
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