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Pela primeira vez, campeão mundial de xadrez é chinês

Ding Liren, de 30 anos, derrotou o russo Ian Nepomniachtch em torneio realizado no Cazaquistão. Publicado em 30/04/2023 DW — Ding Liren tornou-se neste domingo (30/04) o primeiro chinês campeão mundial de xadrez, após derrotar o russo Ian Nepomniachtchi, em um torneio realizado no Cazaquistão. Ele conquistou a vitória após um reinado de uma década […]

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Stanislav Filippov/AP/ picture alliance

Ding Liren, de 30 anos, derrotou o russo Ian Nepomniachtch em torneio realizado no Cazaquistão.

Publicado em 30/04/2023

DW — Ding Liren tornou-se neste domingo (30/04) o primeiro chinês campeão mundial de xadrez, após derrotar o russo Ian Nepomniachtchi, em um torneio realizado no Cazaquistão.

Ele conquistou a vitória após um reinado de uma década do norueguês Magnus Carlsen, que neste ano optou por não defender seu título.

Na primeira fase, que tem 14 partidas, ele e Nepomniachtchi terminaram empatados. Cada um venceu três das partidas, e as outras oito terminaram em empate. Para a fase de desempate, ambos tiveram apenas 25 minutos para fazer suas jogadas, mais 10 segundos adicionais para cada jogada.

Ding já era considerado superior a Nepomniachtchi nesse formato de jogo mais rápido, mas havia praticado pouco essa modalidade em competições oficiais desde janeiro de 2020.

“Estou muito aliviado”, disse Ding após a partida. “O momento em que Ian desistiu do jogo foi muito emocionante. Não conseguia controlar meus sentimentos. Eu me conheço, vou chorar e ir às lágrimas. Foi um torneio difícil para mim.”

Carlsen, considerado um dos maiores jogadores de todos os tempos, detinha o título do Campeonato Mundial de Xadrez desde 2013 e continuará sendo o jogador mais bem classificado do mundo.

O prêmio de dois milhões de euros (R$ 11 milhões) seria dividido em 60% para o vencedor e 40% para o vice-campeão se a disputa tivesse sido decidida na série inicial de 14 jogos. Como chegou à fase de desempate, o prêmio será dividido em 55% e 45%.

Ascensão da China

Nenhum jogador chinês havia vencido anteriormente a competição, na qual homens e mulheres podem competir. Mas a China já vinha dominando os torneios femininos, e o triunfo de Ding confirma a ascensão do país no cenário global do xadrez.

Ju Wenjun é a atual campeã mundial de xadrez feminino e enfrentará a compatriota Lei Tingjie em julho para defender seu título.

A China também venceu a Olimpíada de Xadrez, a competição internacional mais importante do jogo, em 2014 e 2018, com Ding desempenhando um papel importante no sucesso de seu país em ambas as ocasiões.

Ding tem 30 anos e nasceu em Wenzhou, que ficou conhecida como a “cidade do xadrez” da China. Ele entrou em cena em 2009, quando se tornou o mais jovem campeão de xadrez do país em nível nacional. Em seguida, tornou-se o jogador chinês mais bem classificado no ranking mundial, alcançando o segundo lugar em 2021.

Desclassificação de russo

A pandemia de covid-19 atrapalhou o progresso de Ding, pois ele inicialmente não conseguiu obter um visto para competições que permitiriam uma qualificação para o Torneio de Candidatos, que os jogadores precisam vencer para desafiar o campeão mundial.

A desqualificação do russo Sergey Karjakin de todos os torneios organizados pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE), que assumiu uma posição pró-Ucrânia após a invasão russa, liberou uma vaga no Torneio de Candidatos de 2022, que Ding assumiu como o jogador mais bem classificado não qualificado.

Ele terminou em segundo lugar no torneio, e a decisão de Carlsen de não disputar o Campeonato Mundial de Xadrez permitiu que ele competisse pelo título contra Nepomniachtchi, o segundo colocado no ranking mundial. Nepomniachtchi só foi autorizado a jogar porque aceitou usar uma bandeira neutra, e não a da Rússia.

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Comentários

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Paulo

30/04/2023 - 23h53

Acho que essas questões políticas não deveriam interferir no esporte. E acho isso desde que o ursinho chorou em Moscou, em 1980…


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