Na próxima semana a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro irá iniciar os seus trabalhos, a começar pela definição dos membros da comissão e mesmo sem sequer ter alguma definição sobre quem serão os nomes, é fundamental que façamos um reforço sobre qual deve ser o principal foco dos trabalhos de qualquer parlamentar minimamente comprometido com o Estado Democrático de Direito: os militares.
Por mais que empresários – em grande parte do agronegócio – tenham financiado as caravanas e estruturas golpistas de todo o país, nada disso seria possível sem a conivência dos militares e estímulos que deram para as massas de celerados de todo o Brasil.
De voos de helicóptero para agitar massas que pediam golpe militar, até sucessivos questionamentos ao sistema eleitoral que subsidiavam os delírios golpistas de Jair Bolsonaro. Foi o tenente-coronel da ativa, Mauro César Barbosa Cid, que fez aquela apresentação que Bolsonaro exibiu para embaixadores e transmitida pelo governo para questionar o sistema eleitoral e foi a cúpula das forças armadas que escreveu a nota do dia 11 de novembro do ano passado e que “legitimava” os acampamentos criminosos aos redor do país.
Além disso, foi a cúpula das forças armadas que respaldou e permitiu que dezenas de quartéis não só recebessem os golpistas como também oferecessem apoio logístico e material aos acampados.
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Durante a noite do dia 8 de janeiro, não faltam relatórios de acampados, policiais militares, membros do governo e jornalistas de que a cúpula das forças armadas impediu detenções de criminosos, permitindo que muitos fugissem e relatos de militares do Batalhão da Guarda Presidencial apoiando criminosos durante a invasão do Palácio do Planalto.
Foi no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado por militares, que vieram diversas falhas, seja de acompanhamento, seja de omissão ou cumplicidade com os ocorridos.
E isso eu estou falando exclusivamente de militares da ativa, sem passar por aqueles que estão na reserva como Braga Netto, Heleno e outros tantos que lotearam o governo Bolsonaro.
É preciso que parlamentares e a sociedade civil não caiam na tentação covarde e confortável de acreditarem que a responsabilização dos militares no 8 de janeiro se circunscreve aos generais do governo Bolsonaro. E os generais que permitiram os acampamentos? E a cúpula que legitimou os movimentos? E os generais que buscaram impedir as prisões no dia 8 de janeiro?
Nesta altura do campeonato os “militares do Bolsonaro” são meros bois-de-piranha, tudo que as dezenas de militares na cúpula das forças armadas querem é que a sociedade e a política se enganem, deem como satisfeitos com algumas investigações de militares na ativa e alguns poucos da ativa e que toda a estrutura se mantenha. Será a consumação de todos os objetivos das forças armadas e que nos trouxeram para o dia 8 de janeiro.
Por isso, não basta apenas punir um ou outro militar, sem chegar na cúpula, a CPMI não passará de uma grande farsa!
EdsonLuíz.
29/04/2023 - 15h30
Militares ou não militares, os Generais civis e militares que forem identificados e comprovadamente envolvidos com tentativa de golpe devem ser punidos severamente.
Há uma CPMI porque o caráter político a que o “08” se reverte é político e só dentro do Congresso, auxiliado por outros setores do Estado e da sociedade, cabe investigar e, se identificados culpados e comprovadas as culpas, punir severamente.
Mas é necessário aguardar as apurações da CPMI! Antes das apurações não cabe nenhum juízo:: se soubessemos antecipadamente os culpados, não haveria necessidade de apurar e apontar penas por meio de uma CPMI..
E eu continuo insistindo que a melhor e mais isenta apuração será se na Comissão de Apuração não houver nenhum parlamentar polarizado no lulismo ou no bolsonarismo. Além disso, esta providência vai evitar que a CPMI resvale para o bate-boca e o carnaval de narrativas, atrapalhando as outras pautas que estão no Congresso e que são tão importantes quanto apurar o “08deJaneiro”.
Nada será pior para o Brasil neste momento que um carnaval de bate-boca entre os deputados André Janones e o senador Eduardo Girão, por exemplo.
Para mim, o melhor nome para presidente desta CPMI é o senador Alessandro Vieira. E uma boa opção de relator é o deputado Baleia Rossi.
Tanto para um lado como para o outro e para o Brasil inteiro será desastroso que o presidente ou relator seja indicado entre os nomes do arthurlyrismo, porque ficaremos o Brasil todo sob as chantagens do Arthur Lyra.