Após aprovação do arcabouço em junho ministra acha que todas as condições impostas pelo BC já foram resolvidas
Em entrevista ao Valor, a ministra do Planejamento disse que após aprovação do arcabouço fiscal de maio, na Câmara e no Senado, o BC ficará sem alternativa e para ela: “Não terá mais desculpas para não baixar o juro no Copom”. O comitê de política monetária irá se reunir no no próximo dia 20 e 21 de Junho.
Caso a Taxa de juros permaneça nesse nível, a ministra acredita que “O endividamento iria bater em 90% do PIB em 10 anos.” Além disso, Simone defende a reforma tributária e que, a partir de 2025, o PIB deve aumentar 20%.
Tebet também falou sobre a tensão vivida entre o Governo e o Agronegócio, que convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro a comparecer em uma feira de agronegócios, a Agrishow. E Lula, após saber disso, proibiu o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, de subir ao mesmo palanque.
“O ambiente está conflagrado por outras razões. Sou do agronegócio e sei que a tensão tem mais a ver com a invasão de áreas produtivas e com a demarcação de áreas indígenas sem a devida compensação”, disse a ministra.
EdsonLuíz.
29/04/2023 - 23h02
Simone,
É claro que você sabe que para o Banco Central mexer nos juros depende de como vai ficar a Âncora Fiscal depois de aprovada. E mesmo depois da Âncora aprovada ainda vai precisar de um tempo, três a quatro meses, para ter dados suficientes de expectativa e outros para fazer as modelagens no Banco Central, medir os efeitos que a Âncora estiver causando e poder tomar a decisão técnica mais indicada à proteção da moeda e da economia, se vai ser de baixar os juros ou de aumentar os juros.
Acabamos de ver o IGP indicar aumento de atividade econômica acima das expectativas (foi só o IGP ainda, não a inflação, mas o IGP é um indicador importante da inflação), mostrando àqueles que ficaram contrariados quando Roberto Campos declarava que a inflação resiliente do Brasil está mais pela demanda que pelo custo que o presidente do Banco Central estava certo (mais uma vez).
Isso serve agora para que, quando esses que negaram que a inflação era de demanda e xingaram Roberto Campos junto com Lula e Gleisi porque ouviram algum “economista” falar que a inflação no Brasil não podia ser de demanda com os juros estando tão altos, passem a dar menos ouvidos aos que lhes disseram errado.sobre a inflação.
Baixar os juros básicos, com a proposta de Âncora que está apresentada, vai depender mais de como caminhar a Reforma Tributária e dos seus resultados medidos efetivamente em forma de arrecadação, porque a Âncora Fiscal, como veio, está muito baseada em aumento da receita.
Até esse aumento de receita, por mais que alguém entorte os argumentos para dizer que não, vai significar aumento de carga tributária., o que também rebate na inflação e consequentemente nos juros.
Mas uma coisa tem que parar de acontecer, que é politizar e pessoalizar no presidente do Banco Central uma culpa que ele tem zero::
▪os juros estão altos hoje principalmente por consequência da política fiscal expansiva de Bolsonaro de março de 2021 a agosto de 2022 e um tanto pela falta até agora de qualquer política econômica e fiscal do atual governo e mais um pouco prejudicado também pelos gritos de Lula e de Gleisi para disfarçarem a própria inação até aqui e por alguma pressão descabida e, além disso, feita por premissas erradas por Haddad e por você, Simone.
Sem Âncora Fiscal, a Âncora tem sido o próprio Roberto Campos, em quem os agentes econômicos têm depositado esperança e confiança de que ele não vai ceder às pressões e fazer alguma besteira, pela seriedade e competência que o presidente do BC tem mostrado. E vocês todos os dias têm se esforçado para cortar a única Âncora que têm, que na falta de uma tem sido o próprio Roberto Campos.
O “Âncora”, na falta de uma, tem suportado os ataques injustos, mas as coisas vão ficar bem piores para vocês (e para o Brasil) se “o Âncora” perder a paciência por causa dos ataques que está sofrendo e se soltar do navio.
Edson Luuz Pianca.