O senador alagoano do MDB pretende ser o relator da comissão parlamentar mista de inquérito, que investiga os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Calheiros já possui experiência nesse cargo, tendo ocupado essa mesma posição na CPI da pandemia em 2021. Nessa ocasião, parlamentar ficou marcado pelos fortes declarações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, além da oposição à bancada aliada ao ex-presidente.
O desejo de Calheiros pela relatoria tem dois objetivos: desbancar um conhecido desafeto político, Arthur Lira, presidente da câmara e interessado em controlar o cargo de relatoria ao colocar um representante de seu partido na função e, também, repetir a oposição ferrenha ao bolsonarismo, realizando “a investigação que precisa ser feita”, segundo ele.
Caso seja escolhido para a posição, Renan terá a maior responsabilidade da CPMI, visto que será o responsável pela condução geral da comissão de inquérito. Ele decidirá quem vai depor e quando vai depor, além de redigir o relatório final que listará os crimes cometidos e os culpados pelos ataques às sedes dos três poderes.
A CPMI terá 32 cadeiras e o governo calcula que a maioria seja de parlamentares aliados. Como a comissão parlamentar de inquérito é mista, ou seja, será composta tanto por senadores como por deputados federais, a base do governo também conta com o apoio de Lira para formar maioria, uma vez que o Presidente da Câmara exerce influência sobre diversos partidos que hoje se consideram “neutros”.