Um dos maiores eventos do Agronegócio do mundo se envolveu numa situação digna de um amador na organização de eventos corporativos que culminou com o “desconvite” do Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para a abertura do evento, o motivo?
A Agrishow escolheu chamar um ex-presidente que é investigado por tentar fraudar o processo eleitoral e atentar contra a República. Um cidadão que não tem coisa alguma a oferecer ao setor e ao fazer isso, o evento escolheu ser palanque da extrema direita.
Um ex-presidente derrotado que até hoje não tem dificuldades em reconhecer a legitimidade das urnas e do nosso processo eleitoral que culminou com a sua derrota. Processo que elegeu o nosso atual presidente.
Nada mais justo do que o governo não ir ao evento e tampouco patrocinar ele. Ao insistir no convite ao ex-presidente, indiretamente a Agrishow chancela o discurso golpista do presidente. Se a Agrishow prefere priorizar um extremista investigado por uma tentativa de golpe contra o Estado Brasileiro, cabe ao Estado Brasileiro não dar dinheiro para quem normaliza a extrema direita.
É uma feira voltada para a realização de negócios, o governo iria para fazer negócios, Bolsonaro vai lá para fazer o que? Ao dar palanque para um extremista, a Agrishow dá a entender que, assim como Bolsonaro, não reconhece o resultado das urnas, mesmo de indiretamente.
Tanto é que o evento perdeu o caráter de negócios, que os aliados de Bolsonaro planejam uma motociata durante o evento, o que é algo inacreditável.
O setor tinha toda a oportunidade do mundo de se desvincular da pecha de financiadores de golpistas, fato que está sendo fartamente investigado pelos diversos inquéritos e investigações sobre o 8 de janeiro e que certamente será apurado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre o mesmo tema, porém, por perversidade ou cinismo, optou por se associar mais uma vez aos truculentos que destruíram as sedes dos três poderes.
O governo não tem nenhuma obrigação de financiar quem não tem compromisso com a democracia, tampouco prestigiar quem presta reverencia à golpistas.