O Ministro dos Direitos Humanos foi aplaudido de pé nessa manhã em audiência no Senado. Sílvio de Almeida apresentava as prioridades da pasta para os próximos anos até que Eduardo Girão, Senador Bolsonarista, decide pedir a palavra.
Girão questionou o Ministro sobre a postura do Brasil com relação à situação da Nicarágua e a não assinatura da declaração conjunta do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Mas, logo em seguida, disse ter algo para entregar ao ministro.
“Falando em dignidade humana”, completou o Senador, que se levanta e vai entregar a Sílvio uma réplica de um feto de 12 semanas feito de plástico. A atitude de de Girão é uma manifestação conhecida por indivíduos contrários ao aborto, que defendem que o feto nesta etapa já pode ser considerado um ser humano formado. A atitude do senador não tinha correspondência com suas falas anteriores.
Almeida já havia anunciado que seria pai, no início de Abril. “Como tem sido maravilhoso compartilhar sonhos com você! E o nosso maior sonho, nossa princesa tão desejada está a caminho”, disse Ednéia Carvalho, esposa do Ministro, em postagem na internet.
Assim que Girão se levantou o Ministro se dirigiu a ele dizendo: “Eu não quero receber isso por um motivo muito simples. Eu vou ser pai agora, e eu sei muito bem o que significa isso. Isso é pra mim uma performance que eu repudio profundamente. Com todo respeito, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que nós temos no país”. A fala de Sílvio foi aplaudida de pé por vários dos Senadores e Senadoras presentes.
Paulo
27/04/2023 - 20h56
Sobre o episódio em si, totalmente descontextualizada a tentativa do senador de expor o ministro, e de profundo mau gosto. Fez bem o ministro em se recusar a essa exposição deprimente, e que em nada favorece a defesa da vida, o que deveria fazer como parlamentar…
Paulo
27/04/2023 - 20h52
Do ponto de vista moral e religioso, toda e qualquer interrupção da gravidez, seja em que fase for, é um crime contra a humanidade…E o mais atroz, porque perpetrado contra um inocente sem nenhuma possibilidade de se defender, através de meio cruel e por motivo torpe…Os casos em que a legislação o permite são casos excepcionalíssimos, em que não se abole o crime, mas se cria uma excludente de antijuridicidade previamente legislada, na modalidade exercício regular de direito, tolerada pelo Estado-Juiz, em razão de ponderação social do legislador…
Luciano Kneip
27/04/2023 - 18h34
Sim, a maioria é contra aborto, inclusive a maioria dos progressistas, de cunho socio/ecnômico.
Porém o que esses ”canastrões” de último nível, que por absoluta inépcia ao escolher candidatos a população elege, fazem no congresso nacional, é espetáculo grotesco e baixaria, imunda também!!
EdsonLuíz.
27/04/2023 - 17h03
Deve-se ou não ter um olhar mais humano em relação às mulheres que se submetem a aborto? E sobre a legalização do aborto, cabe ou não apoiar?
A questão do aborto é uma questão muito delicada.
O estupendo escritor e filósofo Albert Camus, em seu ensaio “O Mito de Sísifo”, pontua que só há um problema filosófico realmente sério:: o suicídio.
E o suicídio realmente é filosoficamente bem sério! Mas a questão do aborto é a questão mais delicada de todas as questões humanas! As mulheres que se submetem a aborto o fazem por motivos os mais diversos e muitos desses motivos e o ato em si constituem dramas dificílimos com que elas terão quem lidar por toda a vida. Há uma regra moral e social para considerar o aborto, mas o drama humanitário que o envolve é delicadíssimo e para ele é necessário um olhar de ainda maior humanidade.
No meu entendimento, não cabe de forma generalizada a criminalização das mulheres que se submetem ao aborto. Se quem faz aborto pratica um ato social e moralmente condenável, ao mesmo tempo é ela mesma a vítima do drama humano de lidar com vicissitudes difíceis que lhes foge ao controle, principalmente ao controle emocional e psíquico. Sim, é ela, a que se submete a aborto, uma vítima de seu próprio ato.
Por mais que eu deplore o aborto, e pior que o aborto para mim só a vileza, é preciso um esforço de compreensão para estas que, ao cometerem este ato culposo, são elas mesmas as vítimas e quem carregam a dor e a culpa de seu próprio ato.
O aborto é um fato humano de consciência muito difícil, para quem faz e para quem julga. Mas dá uma contribuição humanitária muito importante aquele que consegue ser compreensível com as que vivem este drama. É difícil. Muito difícil, ter uma consciência assim do aborto, mas eu penso que é necessária.
A par disto, eu penso que se deve discriminalizar o aborto. Porém, legalizar o aborto para além dos casos em que estão autorizados, de gravidez por violência sexual, risco à gestante e anencefalia, como muitos ousados exigem, jamais! Legalizar o aborto para além dos casos já autorizados é fazer a banalização da vida.
Descriminaluzar, sim; legalizar, jamais!
Mas vejo como excessiva a proibição de substâncias que impedem a gravidez em momento muito próximo do ato sexual.
Dudu
27/04/2023 - 14h25
O aborto é a coisa mais imunda e nojenta que uma pessoa possa fazer, perde só por matar outra pessoa.