Segundo fontes ouvidas pela coluna, “qualquer balão de ensaio de subordinar a Agência [Brasileira de Inteligência] aos militares novamente é um retrocesso. Segundo a avaliação deles essa possibilidade não passa pela cabeça dos diretores da agência, porém, reforçam que os militares tem insistido nessa narrativa (de possibilidade de militarização da ABIN) como forma de salvar seu legado.
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Eles acreditam que não há sentido algum em se criar uma “nova agência” de inteligência com militares e civis e tirar a Abin da Casa Civil, como forma de resolver, segundo eles, o desastre que se verificou ser o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Existem várias razões pelas quais a desmilitarização do GSI e da ABIN são importantes. Em primeiro lugar, a presença de militares no comando destas pastas podem prejudicar a democracia. Isso ocorre porque os militares têm uma cultura e treinamento distintos, com ênfase na hierarquia e disciplina, o que pode ser incompatível com os princípios democráticos e a transparência. Além disso, a presença de militares no GSI reforça o erro que é a militarização da segurança interna, o que rotineiramente acarreta em ocorrências envolvendo a violações dos direitos humanos e do Estado Democrático de Direito.
Em segundo lugar, a desmilitarização delas pode melhorar a eficiência e a eficácia dos órgãos. Como os militares não têm a mesma formação e experiência em questões civis e políticas, eles não estão tão bem equipados para lidar com questões de segurança interna e política e a história recente já provou que este ponto é verdadeiro. Ao colocar civis em posições de liderança no GSI, o órgão pode se beneficiar de suas habilidades e experiência em gerenciamento civil e resolução de conflitos.