Ex-funcionária do gabinete da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro confirmou, em delação, que Michelle teria recebido um segundo pacote de joias vindas da Arábia Saudita. No pacote com os mimos, estavam uma caneta, um anel, abotoaduras e um rosário – todas as peças cravejadas de diamantes.
Além das jóias, o “presente” recebido do país do Oriente Médio inclui um relógio da grife suíça Choppard, avaliado em R$ 800 mil.
Segundo a delação, os comerciais com Michelle vendendo cosméticos utilizando Jair Bolsonaro como garoto-propaganda seria apenas fachada. Isso seria apenas uma estratégia para lavar o dinheiro obtido com as jóias trazidas da Arábia Saudita.
A propina teria sido paga por conta da venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia, ao Mubdala Capital, um fundo de investimento de investimento dos Emirados Árabes Unidos. A privatização da refinaria aconteceu em outubro de 2021 e as jóias foram trazidas ilegalmente em novembro do mesmo ano.
Vendida por US$ 1,6 bilhões, a refinaria foi privatizada por 50% do valor de mercado, segundo estimativa do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Naturais e Biocombustíveis. O valor real estava avaliado entre US$ 3 a 4 bilhões, no início de 2021.
Para estimar o valor da refinaria, o Ineep diz ter utilizado o método do Fluxo de Caixa Descontado, baseado no montante presente dos fluxos de caixa e em projeções para o futuro. Em três cenários observados, o estudo chega a valores de US$ 3,1 a 3,9 bilhões.