Em documento apresentado à Securities and Exchange Commission (SEC), equivalente norte-americano da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Eletrobras reconhece a investidores estrangeiros a possibilidade de reverter seu processo de privatização – iniciado no governo de Jair Bolsonaro, informa o jornal Valor Econômico.
No documento, a empresa afirma a possibilidade do modelo de privatização ser alvo de questionamento por órgãos reguladores brasileiros, aumentando a chance da sua venda ser suspensa. Existem 23 ações judiciais questionando a forma como a estatal elétrica foi vendida ao capital privado.
Caso o governo brasileiro seja bem-sucedido nessas alegações, há chance de retomada do controle acionário da empresa. O presidente Lula já se mostrou contrário à venda da Eletrobrás e solicitou à Advocacia-Geral da União (AGU) estudos para avaliar os fundamentos legais da transação.
Levantamento feito pelo Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina) em fevereiro de 2022, com dados da consultoria alemã Statista, mostrava que o preço estipulado pelo governo brasileiro para a venda da Eletrobrás era cerca de 15 vezes menor que o valor de venda de empresas estrangeiras similares.