O presidente Lula negou, neste sábado (22), que vá pessoalmente à Kiev e que tenha igualado Rússia e Ucrânia em comentários sobre a responsabilidade dos dois países na guerra. O presidente amenizou as falas sobre o conflito, após ter determinado o envio do ex-Chanceler Celso Amorim, a Kiev. Amorim esteve na Rússia, no início do mês, para um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin.
“Eu não fui à Rússia nem à Ucrânia, só vou quando tiver um clima de construção de paz. Nunca igualei os dois países. Todos achamos que a Rússia errou e já falamos isso. Mas precisamos agora que pare a guerra. Ao invés de ficar escolhendo lado, quero escolher uma terceira via”, disse Lula.
Questionado sobre o papel de europeus e americanos para a continuidade da guerra ao armar a Ucrânia, frase dita semana passada em Pequim, Lula afirmou que entende os europeus, mas que o papel do Brasil é tentar negociar a paz: ”Estive com o presidente da Romênia e ele tem 600 km de fronteira com a Ucrânia. Então, compreendo o papel dele tranquilamente. Só quero que as pessoas compreendam o papel do Brasil – afirmou.
Já Marcelo Rebelo, presidente de Portugal, lembrou do compromisso de Portugal com as políticas da OTAN e União Europeia em relação à invasão russa e declarou que o Brasil entende a posição “diferente” do governo português, que defende que qualquer negociação de paz precisa supor “previamente” o direito da Ucrânia de se defender da agressão russa:
“A posição do Brasil é a que o presidente Lula defendeu. (…) Portugal pensa que não é uma situação justa não permitir que a Ucrânia possa se defender e recuperar território que foi perdido devido à violação territorial”, disse Rebelo. Ao defender uma saída negociada para o conflito, mediada por países neutros, o presidente Lula afirmou que nem russos nem ucranianos querem parar a guerra.