Em nova entrevista ao Valor, Ricardo Capelli, ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que o presidente Lula pediu que ele acelerasse o processo de “renovação e oxigenação” do ministério, mas, frente à possibilidade de um civil assumir o comando da pasta, negou que Lula tenha recomendado a desmilitarização do órgão.
“A gente não pode cair em falsas contradições, como ou é um civil, um militar ou a Polícia Federal. Temos que ser consequentes com o lema do governo de união e reconstrução, temos que unir todos, e não criar falsos antagonismos”, disse o interino.
Em relação a reportagem divulgada pela CNN, que liga o ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, aos atos golpistas do 8 de janeiro, Ricardo Capelli afirmou que acredita em uma possível manipulação por parte da emissora.
“Não há qualquer possibilidade de ilação com relação à conduta do general”, pontuou.
O ministro interino destacou que fará uma análise sobre a situação da pasta para apresentar para Lula na próxima quinta (27), quando o presidente voltar de sua viagem à Europa.
Para Capelli, mudanças nos quadros do ministério são “absolutamente naturais” num início de governo e pontuou, ainda, que “questões conjunturais eventualmente relativas ao dia 8 de janeiro” podem influenciar essa renovação.