A vacinação infantil na América Latina regrediu para níveis de 30 anos atrás, em parte devido à pandemia de Covid-19, e agora 25% das crianças carecem de imunizações “críticas”, alertou o Unicef na última quarta-feira (19). “Esta é uma das crises de vacinação infantil mais graves que a região já viu em quase 30 anos. Por muitos anos”, a América Latina teve “uma das taxas de vacinação mais altas do mundo, agora tem uma das mais baixas” disse o diretor do Unicef para a América Latina e o Caribe, Garry Conille.
No relatório, a agência da ONU aponta que a cobertura da terceira dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche entre menores de um ano caiu 18 pontos percentuais, passando de 93% em 2012 para 75% em 2021. A taxa coloca a América Latina e o Caribe abaixo da média global (81%) e um pouco à frente da África Oriental e Meridional (74%).
Segundo a entidade, na América Latina existem 2,4 milhões de crianças menores de um ano (uma em cada quatro) desprotegidas contra doenças evitáveis por falta de vacinação completa. Além disso, 1,7 milhões nunca foram vacinados. Venezuela (27%), Brasil (26%), Haiti (25%) e Bolívia (25%) registram os maiores percentuais de crianças menores de um ano sem vacina, ao contrário de Costa Rica, República Dominicana, Cuba, Chile e São Vicente e Granadinas, todos com apenas 1% de não imunizados.
A situação fez doenças como difteria, sarampo e poliomielite reaparecerem. Segundo o Unicef, uma das principais causas da queda nos níveis de imunização na região é a pandemia de Covid-19. No entanto, já havia um declínio devido a problemas estruturais, escassez de profissionais qualificados, vacinas e recursos.Além disso, os movimentos antivacinas certamente tiveram um impacto, embora seja difícil medir exatamente.