Cleiton Henrique Holzschuk, ex-assessor da Presidência da República, afirmou em depoimento para a Polícia Federal, nesta quarta (5), ter sido informado pelo tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid -braço direito de Bolsonaro- que as joias retidas pela alfândega do Aeroporto Internacional de São Paulo iriam para o acervo “pessoal” do ex-presidente.
O ex-assessor foi ouvido no inquérito que investiga a tentativa do antigo governo de trazer, sem declaração, joias milionárias da Arábia Saudita. Durante o governo Bolsonaro, Cid foi fiel aliado e ajudante de ordens do ex-presidente. Cleiton, 2º tenente do exército, estava subordinado a Cid no gabinete pessoal do, à época, Presidente da República.
“Que (…) foi falado pelo tenente-coronel Cid durante as conversas de WhatsApp relatadas que as joias iriam para o acervo pessoal do presidente da República”, disse em um dos trechos do depoimento.
Cleiton informou aos policias que conversou via WhatsApp com com Cid sobre as liberações das joias no fim do governo, entre os dias 28 e 29 de dezembro. Também no depoimento, afirmou que não tinha as cópias das conversas porque devolveu o telefone do trabalho ao fim das atividades como assessor.
Cid não comentou sobre a conversa que teve com Cleiton quando depôs para a polícia. Segundo ele, Bolsonaro pediu para que checasse os itens bloqueados na receita, se era possível regularizar os itens e que não houve uma ordem, mas sim uma “solicitação” de busca dos itens.
Em depoimento à PF Bolsonaro afirmou que “nunca decidia ou era consultado, ou mesmo opinou, quanto à classificação, entre o acervo público ou privado de interesse público”, contradizendo seu assessor.