Aumento do salário de Romeu Zema e seu secretariado foi aprovado nesta quarta (19)
Publicado em 20/04/2023 – 20h36
Por Rafaella Dotta – Brasil de Fato – Belo Horizonte (MG)
Brasil de Fato — O aumento de quase 300% no salário do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi aprovado na tarde desta quarta-feira (19). Sob muitas críticas, os deputados que compõem a base do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovaram o Projeto de Lei 415, que eleva a remuneração do governador de R$ 10,5 mil para R$ 37.589,96 já no próximo mês.
O aumento é escalonado e chega a R$ 41.845,49 em fevereiro de 2025. Além do governador, o PL sobe o salário do vice-governador (R$ 33.830,96), dos secretários (R$ 31.238,19) e dos secretários-adjuntos (R$ 28.114,37).
Incoerente
O aumento é incoerente com o discurso adotado pelo governador mineiro até então. Em seu primeiro mandato, Romeu Zema propagandeou o fato de estar doando seu rendimento mensal a organizações sociais. Se somados os salários de toda a sua primeira gestão, o governador pode ter doado R$ 504 mil.
Neste segundo mandato, com o reajuste, o governador deverá receber mais de R$ 1,8 milhão, R$ 1,3 milhão a mais que no primeiro mandato.
De um lado, R$ 866,72, e de outro, quase R$ 42 mil
A incoerência com os salários dos servidores mineiros também foi destacado ao longo das apreciações na Assembleia. A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Denise Romano, que acompanhou os trâmites, se indignou com a discrepância salarial.
“Todos os sindicatos que estão na mesa de negociação com o governo não tiveram nenhuma proposta de ganho nos últimos anos. No caso da educação, são mais de 30 mil auxiliares de serviço contratados pelo estado que estão recebendo menos de um salário mínimo”, contou a sindicalista à reportagem do Brasil de Fato MG.
Na educação, a média de remuneração de um professor de educação básica é de R$ 2.872,46. Atualmente, 139 mil profissionais atuam neste cargo em Minas, sendo a maior categoria da educação. Já a segunda maior, os auxiliares de serviços da educação básica (ASBs), recebem em média R$ 1.329,22. São mais 35 mil servidores, segundo informações do Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Já um profissional da enfermagem com jornada de trabalho de 30 horas semanais e ensino fundamental completo recebe R$ 1.034,13, também menos que um salário mínimo. Um profissional com ensino superior, para as mesmas 30 horas, recebe R$ 2.911,99. Na saúde, o menor salário é do auxiliar de apoio à gestão e atenção à saúde. Uma pessoa com fundamental incompleto neste cargo ganha R$ 859,57.
Os servidores da segurança pública, que lutam por uma recomposição salarial de 35%, viram mais uma esperança derrotada no mesmo dia da aprovação do aumento do governador. Dentro da Reforma Administrativa, o artigo 148 dava autorização para Romeu Zema cumprir o reajuste. Porém, deputados da base do governo foram orientados a reprovar a medida.
Hoje, um soldado de 1ª classe da Polícia Militar recebe R$ 5.097,12. Um assistente administrativo da PM, de escolaridade intermediária, recebe R$ 2.276,72. O auxiliar administrativo da Defensoria Pública, com ensino intermediário, recebe menos ainda, vergonhosos R$ 866,72 por 30 horas. Um profissional neste cargo, porém com ensino superior e pós graduação, recebe R$ 1.920,08.
Edição: Elis Almeida
Paulo
21/04/2023 - 17h35
S.A., sabe de nada, inocente! O serviço público possui uma remuneração média superior a de funções equivalentes no setor privado, é verdade, mas, em relação a este, o nível de formação e capacitação é bem superior entre os barnabés. Abaixo, eu me refiro a “funções de excelência”, de gerenciamento do estado, exatamente aquelas a que aludem os políticos ao contratarem esses profissionais do mercado. Veja o caso do Porco Guedes, por exemplo, você acha que haveria remuneração compensatória pra ele no serviço público, pra que pudesse optar? E olha que ele nem tem essa excelência toda, não, viu!? No final das contas, quem toca a administração são os odiados e achincalhados barnabés…
EdsonLuíz.
21/04/2023 - 15h19
O Zema agiu de forma bastante decente em relação à remuneração.
Zema não fez o ajuste agora para ele se beneficiar. O que Zema fez foi informar lá na campanha de 2018 que não faria aumento enquanto não conseguisse sanear minimamente as contas do Estado de Minas Gerais, que já estavam com problemas desde Aécio Neves e antes de Aecio Neves e foram totalmente esfrangalhadas principalmente depois da gestào do PT no governo ds Minas, que deixou os funcionários com vários meses de salário atrasado.
Zema prometeu que não daria aumento até que colocasse o pagamento dos funcionários em dia. Colocou!
Agora, para continuar retendo auxiliares qualificados para ajudar na gestão ele teria que dar o aumento. E o aumento, cuja natureza da remuneração dos Secretários de Governo e os do Governador e do Vice é a mesma, não poderia ser dada em um decreto constando só os Secretários e demais cargos comissionados, sem constar o Governador.e Vice.
A manobra de comparar o salário do governador de Minas com salários de funcionários mais simples é covarde!
Essa realidade da disparidade de salários no Brasil é uma perversidade da nossa economia que faz muito tempo está esperando um Presidente da República e um Governo Federal bem mais sério do que os que nós tivemos até agora para ser modificada.
Essa perversidade não é culpa de Romeu Zema!
▪Você já foi Presidente da República e não mudou isso? Você não foi, né?
▪Eu já fui Presidente e não mudei isso? Não, eu não fui!
▪Quem já foi ou é Presidente da República , alguns várias e várias vezes, e não mudou essa perversidade da disparidade de salários?
Responda, por favor, a pergunta acima!
Não foi o Romeu Zema!
Se for para ser covarde::
■Se forem somados todos os valores de quatro aposentadorias* que Lula recebe e dividir pelo salário mínimo, que é Lula quem estabelece, quantas vezes Lula ganha em relação ao trabalhador?
▪Umas setenta ou oitenta vezes?
(Sim, Lula tem 4 aposentadorias. Lula já tem aposentadoria de antes de completar 40 anos de idade. E sempre sem trabalhar! Você tem quantas? Talvez não tenha nem terá nenhuma!).
Ornitorinco
21/04/2023 - 09h14
Em 90% dos casos no Brasil é infinitamente melhor e mais remunerativo trabalhar para o setor publico que privado.
Trabalha se muito menos, o nivel necessario de competencia é baixissimo, tem estabilidade, ar condicionado, agua e cafezinho de graça, ninguem cobra nada e encheo saco, nao precisa ter respeito pelos “clientes”, correr atras de quem nao paga, parcelar pagamentos no cartao de credito e pagar juros astronomicos, taxas, taxinhas e afins, zero despesas, ecc….
Trabalha pouco, de qualquer jeito e sem dores de cabeça.
Paulo
21/04/2023 - 00h38
Esperou, mineiramente, para agir, na calada da noite. Tarcísio já foi diretamente à fonte, em São Paulo. Pela importância dos cargos que ocupam, e da qualificação requerida, não diria que a remuneração é exorbitante. Mas há um hiato entre serviço público e iniciativa privada que é impossível de transpor. E, desta forma, o discurso de alguns políticos de que precisariam remunerar bem os profissionais qualificados, para que eles aceitem o cargo, para atrair bons profissionais, no mercado, o que justificaria esses vencimentos expandidos, é absolutamente falacioso, pois, por mais que pague o Estado, sempre será pouco, em face do que poderiam auferir fora do Estado. Só um homem com vocação para servir (ou corrupto) aceita um cargo público, sendo ele de alta qualificação, pois sempre ganhará mais na empresa privada, em quaisquer circunstâncias…Alguém duvida disso?