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GT da Petrobrás de combate à violência sexual apresenta propostas em reunião com petroleiras

O Grupo de Trabalho (GT) da Petrobrás para o combate à violência sexual apresentou propostas que priorizam a segurança da vítima, dando especial atenção ao acolhimento da mulher agredida. O Coletivo de Mulheres Petroleiras (CMP), ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), participou de reunião do GT nesta quarta-feira (19), que também contou com a […]

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Divulgação

O Grupo de Trabalho (GT) da Petrobrás para o combate à violência sexual apresentou propostas que priorizam a segurança da vítima, dando especial atenção ao acolhimento da mulher agredida.

O Coletivo de Mulheres Petroleiras (CMP), ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), participou de reunião do GT nesta quarta-feira (19), que também contou com a participação de mulheres da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). O grupo, criado em 3 de abril, visa rever os procedimentos da Petrobrás de recebimento e tratamento das denúncias de assédio e importunação sexual contra as trabalhadoras da companhia. 

Entre as propostas apresentadas, destacam-se: garantir o cuidado com a saúde mental, a partir do momento em que a vítima busca ajuda; monitorar o ambiente de trabalho e acompanhar a vítima durante o processo de investigação; formar lideranças e propor atividades, como palestras e grupos de conversa, inclusive com homens, a fim de romper com o machismo estrutural; e  desenvolver ações internas  que levem a punições do assediador, a processos de desconstrução da masculinidade tóxica, com o objetivo de resgatar a pessoa, evitando reincidência, sem que isso, porém,  substitua a punição.

“Finalmente percebemos uma preocupação real da Petrobrás, na nova gestão, de melhorar o ambiente, para que as vítimas se sintam acolhidas ao denunciarem a agressão”, pontua Cibele Vieira, diretora da FUP, que faz parte do CMP.

“As propostas são boas, mas é necessário acompanhamento para garantir que a ideia aconteça na prática. Precisamos avançar no envolvimento dos sindicatos no tratamento dos casos. Já conseguimos um fórum anual de acompanhamento, podendo vir a ter reuniões com periodicidade menor de monitoramento”, completa. 

Patrícia Jesus Silva, coordenadora do Coletivo de Mulheres e diretora da FUP, lembra que na maioria das situações as mulheres agredidas não denunciam. “A criação deste GT e as soluções propostas, revendo a forma como as denúncias são recebidas e tratadas, é de suma importância para a segurança física e emocional das vítimas. Muitas têm medo de retaliações e acabam silenciando diante de agressões e abusos sofridos. Mesmo se a mulher não quiser fazer uma denúncia oficial, ela passará por um processo de acolhimento”, completa.

Entre julho e agosto de 2022, houve denúncias de assédio sexual e estupro, cometidos por funcionário da Petrobrás, dentro do Centro de Pesquisa da empresa (Cenpes) e, na época, a companhia não fez qualquer movimento. “A violência ocorreu há 7 meses e só houve punição ao agressor em março de 2023, após o Ministério Público denunciar”, lembra Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP. Segundo fontes, só em 2022 foram 87 denúncias de assédio na empresa e 64 foram arquivadas por falta de materialidade.

A FUP se manifestou no início de abril, em apoio às mulheres petroleiras que denunciam assédio e discriminação dentro da Petrobrás. Segundo a entidade, toda e qualquer atitude que agrida os direitos dos trabalhadores é condenada e merece ser investigada a fundo.

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