Queda da inflação ainda é lenta, diz Campos Neto ao justificar a política de juros

Roberto Campos Neto. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, justificou a política de juros por conta da queda da inflação ser mais lenta do que o esperado. As declarações foram concedidas durante uma conferência com investidores internacionais. 

“Olhamos muitas coisas e cruzamos muitos dados. Mas a realidade é que a queda da inflação é mais lenta do que esperávamos, considerando o patamar da taxa real de juros no Brasil”, sugeriu Campos Neto. “A batalha não foi vencida e temos que persistir.”

Hoje, a taxa Selic está em 13,75% ao ano. Em março, o IPCA foi de 0,71%. No acumulado de 12 meses, o índice chegou a 4,65%, patamar mais baixo desde 2021. Segundo o presidente do BC, a inflação estaria “contaminada” por medidas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Quando olhamos para o cerne da inflação, está levemente abaixo dos 8%, o que é muito alto”, alegou. “Quando falamos em expectativa, precisamos de 6 a 12 meses para amadurecer a tomada de decisão.”

Para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária, em maio, o governo espera uma redução da taxa Selic. Em viagem à China, na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse haver “sinais evidentes” de que chegou o momento para iniciar uma mudança na trajetória dos juros.

Charles Nisz:
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