“Está de boa”, disse o assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, sobre a relação entre os governos do Brasil e Estados Unidos, no dia seguinte a uma conversa com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan.
Segundo Amorim, eles costumam conversar com frequência, inclusive sobre as posições geopolíticas do Brasil, e que esse telefonema, em particular, estava previsto antes mesmo das recentes falas de Lula sobre a guerra na Ucrânia.
A informação de Amorim foi dada ao Jornal O Globo.
O que disse Amorim ao jornal:
“A conversa com Sullivan foi amena, e não esteve motivada por isso [as declarações de Lula sobre a guerra]. Abordamos vários temas, e ele querias entender melhor a posição do Brasil [sobre a guerra]”.
“Sullivan se interessou sobre a nossa visão, a defesa da multipolaridade, a proposta do grupo da paz, sobre qual seria o papel do Brasil na iniciativa. Não foi nada agressivo”.
“Não [há problema com os EUA], as relações estão normais, estamos de boa. Fui negociador comercial durante muitos anos. Em alguns momentos, a gente diverge, dá aquela espuma, mas depois vai se acalmando normalmente. A novidade hoje é que o nós precisamos dos EUA, e os EUA precisam de nós. O fato de eles demonstrarem interesse em conhecer nossas iniciativas, o grupo da paz, quais países poderiam apoiar esse grupo, transparece isso”.
“Expressei a Sullivan dúvidas sobre algumas coisas, por exemplo o apoio dos EUA ao Fundo Amazônia. Mas tudo num tom muito ameno, amistoso. Vamos ter um encontro [pessoal] em breve”.