Ainda durante a reunião com autoridades para discutir o combate a violência nas escolas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil ainda sofre com discursos de ódio na política e nas redes sociais.
Lula voltou a defender a regulação das redes sociais e corroborou com a posição do ministro Alexandre de Moraes de que é preciso haver punição no mundo virtual, assim como no mundo real.
O petista também lembrou a necessidade da participação das famílias e igrejas no processo educacional das crianças e adolescentes.
“A violência existe desde que a gente nasceu, a periferia desse país é tomada de violência todo dia e morre muita criança e menor na periferia. O fato novo é que invadiram um lugar que, para nós, é tido como lugar de segurança”, observou Lula.
“Toda mãe quando leva o filho para uma escola ela tem certeza que o filho está seguro. Isso ruiu. Ruiu porque temos um instrumento avassalador – não é o celular que é ruim, ele é ótimo”, prosseguiu.
“Agora, as redes – que nós não deveríamos de rede social, deveríamos chamar de rede digital; e tem a rede digital do bem e rede digital do mal. E há uma predominância da rede digital do mal. As pessoas gostam de mentira, de fake news”, completou.
Por fim, Lula ressaltou a necessidade de se discutir a diferença entre liberdade de expressão e crime para, por exemplo, proteger as crianças de discursos e práticas odientas.
“Vou confessar uma coisa que penso já muito tempo: ou nós temos coragem de discutir a diferença entre liberdade de expressão e cretinice, ou nós não vamos chegar muito à frente. Ou nós levamos em conta a necessidade de educar os pais – porque a família tem que estar envolvida nesse processo”.
“O que nós precisamos é ter em conta que a humanidade está mudando de padrão de comportamento e que nós, como governantes, temos a responsabilidade de tentar não permitir que a sociedade deixe de ser uma sociedade dotada de humanismo, que o ódio prevaleça sobre o bem. Todos sabemos o que falamos todo dia, o que falamos tomando uma cerveja com o amigo, o que nós falamos nos nossos discursos. Então estamos colhendo isso”.