Na entrevista a Folha, o ex-chanceler e assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, declarou que o Brasil não é obrigado a seguir todas as opiniões dos Estados Unidos.
Questionado sobre as críticas da Casa Branca sobre as declarações de Lula em prol da paz entre Rússia e Ucrânia, Celso disse o seguinte:
“Eu não vou entrar em polêmica com o assessor de imprensa lá da Casa Branca. Deixa ele pensar o que ele quiser”.
Sobre a guerra em si, Amorim lembrou que o Brasil condena a ocupação russa, mas defende a busca pela paz e é contra as sanções ou tentativas de derrotar a Rússia.
“O que você quer? Uma vingança? Dar uma lição?”, questionou. “A última vez que se tentou isso [com o Tratado de Versalhes depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial] deu no que deu”, lembra.
“O presidente Lula verbalizou crítica à ação russa de invadir a Ucrânia. O Brasil defende o princípio da integridade territorial dos Estados. Não há dúvida sobre isso”, esclarece.
Mas por outro lado, o ex-chanceler também reconhece a importância do papel dos norte-americanos, mas deixa claro que isso não obriga o Brasil a seguir os interesses dos EUA. “Não houve nenhum pacto”, finaliza.