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Celso Amorim: “Brasil não é obrigado a seguir as opiniões dos EUA”

Na entrevista a Folha, o ex-chanceler e assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, declarou que o Brasil não é obrigado a seguir todas as opiniões dos Estados Unidos. Questionado sobre as críticas da Casa Branca sobre as declarações de Lula em prol da paz entre Rússia e Ucrânia, Celso […]

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Na entrevista a Folha, o ex-chanceler e assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, declarou que o Brasil não é obrigado a seguir todas as opiniões dos Estados Unidos.

Questionado sobre as críticas da Casa Branca sobre as declarações de Lula em prol da paz entre Rússia e Ucrânia, Celso disse o seguinte:

“Eu não vou entrar em polêmica com o assessor de imprensa lá da Casa Branca. Deixa ele pensar o que ele quiser”.

Sobre a guerra em si, Amorim lembrou que o Brasil condena a ocupação russa, mas defende a busca pela paz e é contra as sanções ou tentativas de derrotar a Rússia.

“O que você quer? Uma vingança? Dar uma lição?”, questionou. “A última vez que se tentou isso [com o Tratado de Versalhes depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial] deu no que deu”, lembra.

“O presidente Lula verbalizou crítica à ação russa de invadir a Ucrânia. O Brasil defende o princípio da integridade territorial dos Estados. Não há dúvida sobre isso”, esclarece.

Mas por outro lado, o ex-chanceler também reconhece a importância do papel dos norte-americanos, mas deixa claro que isso não obriga o Brasil a seguir os interesses dos EUA. “Não houve nenhum pacto”, finaliza.

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EdsonLuíz.

19/04/2023 - 08h38

Como pode ser manipulador, este ex-BBB e ex-deputado Jean Willys.

Se alguém como o Zelenski é o presidente eleito de um país agredido (por um homofóbico, aliás) e corajosamente defende seu povo, onde cabe associar de modo acusatório com a indústria armamentista o Zelenski que quer armas para defender seu povo que está sendo massacrado?

O Jean Willys quer é desqualificar o Zelenski, quando a Zelenski, do ponto de vista da coragem e da honra, só cabe admiração.

Zelenski, quando afirma a democracia no seu país contra um abusador antiprogressista como o homofóbico Putin, está afirmando os valores de emancipação do ser humano! Zelenski, quando resiste com armas ao massacre que sofre seu povo por desejar a democracia e o progressismo que, ao contrário, ditadores e autocratas como Putin ou cúmplices como Lula e Bolsonaro querem destruir, Zelenski está defendendo o mundo progressista!

O que Willis faz aqui é não assumir que Lula está cumpliciado com todos estes diradores e autocratas que esmagam a democracia e o progressismo.

Ele, o Jean Willis, fica com uma conversinha fiada assim::
▪” Em primeiro lugar, quero deixar claro que não nutro qualquer simpatia pelo narcisista Vladimir Putin, presidente da Rússia, ou qualquer outro autocrata ou aspirante a ditador em todo mundo”…

…mas não é verdade de Jean Willys, na medida em que ele agride e manipula falas para atingir a vítima, a Ucrânia e seu presidente Zelenski, quando é conveniente para Jean Willys manipular para fazer o que realmente quer, que é livrar a cara de Lula na sua cumplicidade canalha com esses ditadores e autocratas.

Alexandre Neres

18/04/2023 - 23h38

A Guerra e as guerras – Por Jean Wyllys

O que se vê na imprensa brasileira em relação à Guerra da Ucrânia, Rússia, China e o esforço de diplomacia de Lula não passa de uma mistura de bullshit com o que Hannah Arendt chamou de “mentira organizada”

Em primeiro lugar, quero deixar claro que não nutro qualquer simpatia pelo narcisista Vladimir Putin, presidente da Rússia, ou qualquer outro autocrata ou aspirante a ditador em todo mundo. Como igualmente tenho ojeriza de títeres ou fantoches com máscara de “democratas” que servem a outros tipos de tirania, como a indústria das armas e do mercado financeiro, como é o caso de Zelensky, presidente da Ucrânia.

Dito isto, vamos falar da Guerra e de guerras. Em qualquer guerra, a primeira vítima é a informação honesta, sendo esta substituída pela propaganda das partes em conflito cujo último objetivo é fabricar o inimigo correspondente e “justificar” as atrocidades perpetradas de uma parte contra outra. A guerra só é boa, portanto, para quem lucra financeira e politicamente com esta.

Com a tarefa hercúlea de recompor a democracia brasileira e inserir outra vez o Brasil entre os países em desenvolvimento do Sul Global, o presidente Luís Inácio Lula retomou sua política de relações exteriores em meio a uma nova Guerra envolvendo indiretamente parceiros comerciais do Brasil: China, Estados Unidos e União Europeia. O conflito bélico direto é entre Rússia e Ucrânia.

Pensando no bem-estar da população brasileira – vítima nos últimos quatro anos de um governo tão incompetente quanto mafioso, cujo manejo criminoso da pandemia de COVID resultou numa crise sanitária sem precedentes e no quase genocídio do povo indígena Ianomâmi – Lula, como player internacional, adotou um discurso pacifista em relação a essa Guerra.

A busca de uma saída diplomática e pacifista por parte do presidente brasileiro está relacionada também às expectativas que os países do Sul Global têm em relação a seu papel na mitigação dos efeitos danosos do imperialismo e do neocolonialismo principalmente sobre as populações mais vulneráveis dessas nações: as mulheres e os povos originários.

Ora, uma saída diplomática e pacifista requer habilidade política e disposição de conversar com todas as partes em conflito bélico e/ou comercial: é o que Lula tem e é o que ele vem fazendo. Sua postura, entretanto, desagradou aos que desejam a manutenção da Guerra por seus interesses geopolíticos e imperialistas sem preocuparem com os efeitos nefastos desta sobre democracia e economias como brasileira.

O fato de Lula ter cobrado do presidente da Ucrânia, Zelensky, alguma responsabilidade sobre a permanência do conflito armado – e é óbvio que ele tem alguma responsabilidade na manutenção da Guerra – foi a senha para que toda a máquina de propaganda ocidental pró-Guerra se voltasse contra o presidente braseiro. E desta máquina faz parte o “jornalismo” de corporações midiáticas nos EUA, Europa e, claro e principalmente, no Brasil.

A mídia brasileira hegemônica e de direita – amiúde insensível ao assombroso número de mortes perpetradas pelas polícias nas periferias e favelas brasileiras: número superior ao de guerras civis – correu para mostrar quão “humanitária” é na defesa dos brancos ucranianos contra a agressão de Putin a seu país. Converteu-se imediatamente em papagaio da propaganda anti-Russia do Departamento de Estado dos EUA, em que pese o fato concreto de que a Rússia, sim, invadiu a Ucrânia; assim como é fato de que esta contrariou o tratado de que não integraria a OTAN.

No caso da mídia brasileira, há um plus: historicamente antipetista e anti-Lula, repleta de ressentidos de classe alta ou média que não engolem o sucesso mundial do operário que se tornou o melhor presidente do Brasil na história de sua República, a mídia encontrou na posição pacifista de Lula mais um motivo para tentar sabotar seu novo governo.

Há três dias, em jornais e telejornais do Brasil, multiplicam-se as “bullshits” de jornalistas ignorantes em História e em RI ou de “especialistas” recrutadas paga reafirmar a posição pró-Guerra dos empresários de mídia em sintonia com Washington. Uso “bullshit” aqui no sentido que lhe confere Harry Frankfurt em seu famoso ensaio “On Bullshit”.

Para Frankfurt, os emissores de “bullshit” não são meros mentirosos (os mentirosos sabem da verdade ainda que busquem escondê-la), mas charlatães que se prestam a falar sobre o que não sabem em determinadas circunstâncias. Daí resultam platitudes, redundâncias, lugares-comuns sem qualquer relação com os fatos e com a História.

O que se vê na imprensa brasileira nos últimos dias em relação à Guerra da Ucrânia, Rússia, China e o esforço de diplomacia por parte de Lula não passa de uma mistura de bullshit com o que Hannah Arendt chamou de “mentira organizada”: desinformação e propaganda política.

Por falar em Hannah Arendt, esta não teria escrito seu opúsculo “A mentira na política” não fosse o (bom) jornalismo de verdade, algo raro nos dias de hoje. Graças ao bom jornalismo que se mantém firme em épocas de guerra, distinguindo-se da propaganda e defendendo a informação correta, pôde-se descobrir toda a verdade sobre a Guerra do Vietnã.

A partir da verdade sobre a Guerra do Vietnã vieram a público não só a paranoia sem fundamento dos EUA em relação ao suposto “efeito dominó” do comunismo durante a Guerra Fria, como também todas as mentiras usados pelos governos norte-americanos para invadir países e submetê-los à desumanidade da guerra e aos interesses econômicos dos EUA.

Na página 432 dos Pentagon Papers (Ed. Betham Books), um memorando sustenta que 70% dos objetivos dos EUA na Guerra do Vietnã consistiam em evitar uma derrota humilhante, 20% em manter o Vietnã do Sul livre a influência da China e apenas 10% em levar liberdade e bem-estar àquele pobre país do Sudeste Asiático.

Os percentuais revelam quase a mesma realidade em relação às agressões perpetradas pelos EUA contra o Iraque, cuja invasão foi “justificada” por uma mentira, e, depois, contra o Afeganistão. A desastrosa retirada das tropas estadunidenses e europeias deste país em 2021 prova que os EUA não são fiáveis quando o tema são direitos humanos e autodeterminação dos povos.

Por que estariam os EUA com a razão dessa vez?

Quando meios de comunicação abrem mão de fazer bom jornalismo em meio à guerra e se presta a fazer “jornalismo de guerra”, ou seja, propaganda descarada para uma das partes em conflito, as populações estão muito mais vulneráveis aos danos desta guerra.

Se em vez de fatos e análises mais complexas e honestas dos fatos, jornais e/ou telejornais oferecem “bullshits” e mentiras à sua audiência – mais que seja porque odeia o presidente de esquerda de seu país- não é de se estranhar que o ódio fascista que ameaça e liberdade desta mesma mídia resista em desparecer dos corações das pessoas.

*Jean Wyllys é jornalista, escritor e artista visual. Doutorando em Ciência Política na Universidade de Barcelona e autor junto com a filósofa Marcia Tiburi de “O que não se pode dizer: experiências do exílio”

Paulo

18/04/2023 - 19h35

Eu pensava que esse Amorim tivesse algum grau de influência sobre Lula, mas percebo que é apenas caixa de ressonância…Em relações exteriores, quanto menos se falar, melhor…Mas não tem ninguém pra dizer isso ao Lula…Perigo no ar…

EdsonLuíz.

18/04/2023 - 18h59

Celso Amorin fede, não é?
Celso Amorin fede!

Ser diplomático, sim; ser cínico, não!
Eles precisam é obedecer aos desejosos do povo brasileiro, mas…
▪Lula, nos quatro primeiros mandatos, direcionou o Brasil aos Kirchiner’s, ao Rafael Correa, ao Hugo Chaves, à Rússia, à China, à Cuba, ao Irã, ao Daniel Ortega… Agora Lula repete o mesmo circuito.

▪Jair Bolsonaro ideologizou a política externa do mesmo jeito que Lula e direcionou para Putin e para Orban, via Steve Bannon, e pelo mesmo canal direcionou a Donald Tramp e não propriamente a manter a qualidade das relações com a Europa e Estados Unidos.

O que mudou com Lula desta vez, e nisto ele empatou e até ultrapassou Bolsonaro, foi praticamente declarar à Europa e aos Estados Unidos que quer que eles se ferrem, mesmo sabendo o tanto que o Brasil vai perder ao se isolar do mundo livre e fazer de suas relações com ditaduras relações carnais.

O brasileiro não quer isso não. O Lula quer, o PT quer, o Celso Amorin quer — sempre quiseram! Mas o brasileiro não quer não!

Irrita mais ainda eles afrontarem o campo democrático e ficarem negando que afrontaram. E afrontaram em uma situação de abuso em relação a tudo, especialmente na questão dos direitos humanos.

É isolamento internacional? Claro que é! Vai ter consequências para a economia no Brasil, para a pesquisa e o intercâmbio em geral aqui? Claro que vai!

O que Bolsonaro fez não foi isolamento? Não teve consequências? Para que dar nomes diferentes a coisas iguais? Fazer isso de dar nomes diferentes para as mesmas coisas e de fazer afrontas e ficar negando só reforça a desonestidade do PT de cima a baixo!

Pouco ou nada adianta argumentar para os já fanatizados. Vale para os que ainda não são doutrinados. Aqueles que são doutrinados vão a um blogue do PT, recebem sua dose de fanatização e voltam repetindo os abusos que lá lhes mandam repetir.. E depois que alguém se fanatiza, é muito difícil adquirir autonomia e independência. Isso de fanatismo e doutrinação não vale só para os petistas fanáticos não; vale para os bolsonaristas fanáticos também! Vale para qualquer fanático, político, religioso ou outro.


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