A reunião na Arábia Saudita onde Jair Bolsonaro recebeu as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, foi sobre a venda de ativos da Petrobras. Foi também nesta reunião que foi feito um convite para o Brasil integrar uma “versão estendida” da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Tudo isso foi revelado em um telegrama da embaixada do Brasil em Riade, capital da Arábia Saudita. O documento, que foi enviado ao Itamaraty, foi acessado pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação. Por outro lado, o telegrama não deixa claro se houve a entrega de presentes a comitiva de Bolsonaro.
Vale destacar que o telegrama foi assinado pelo embaixador Marcelo Della Nina, 21 dias após a reunião do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, com o príncipe Abdulaziz bin Salman. A mensagem é de 15 de fevereiro de 2021.
Na ocasião, segundo narra Dalla Nina, o chefe da Assessoria Especial de Relações Internacionais do Ministério das Minas e Energia (MME), Christian Vargas, “indagou à parte saudita a respeito da compatibilização entre o setor de petróleo dos países da OPEP+ e o do Brasil, onde as companhias petroleiras são de capital aberto”.
O telegrama diz que Vargas prosseguiu dizendo que “a Petrobras passa, no momento, por processo de desverticalização e de alienação de seus ativos ‘downstream’, como parte de reformas do setor de energia que apontam para a crescente liberalização do mercado, no qual os entes estatais encontram limitações legais para intervir”.