Enquanto a oposição falava palavrões e promovia uma gritaria completamente improdutiva na Câmara dos Deputados, Lula seguiu com sua comitiva de políticos e empresários na China.
O resultado final dessa viagem foram R$ 50 bilhões em investimentos para o Brasil, segundo o próprio Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista para a Folha de São Paulo. Os acordos em sua maioria foram voltados para cooperação industrial, comercial e tecnológica.
No total, segundo o Itamaty, foram 20 acordos e mais de 40 parcerias comerciais firmadas com empresas públicas e privadas do Brasil.
Além disso, essa semana o governo conseguiu entregar a menor inflação de alimentos do século, dólar no menor valor em 10 meses, 1 milhão de novas empresas em 2023 (alcançando a segunda maior abertura mensal de empresas em março, desde 2014), além, é claro, dos bilhões da China.
O governo também anunciou nova linha de crédito da Caixa para deficientes. Compras de cadeiras de rodas, próteses, aparelhos auditivos etc, com valor entre 5 e 30 mil com juros de 6%a.a para até 5 SM e 7,5% acima disso, e prazo de 5 anos para pagamento.
Já amanhã, Lula chegará em Abu Dhabi, onde está previsto um encontro com o presidente Mohammed bin Zayed Al Nahyan. Na pauta, temas bilaterais, como: comércio, investimentos, transição energética e mudança climática. Ou seja, mais uma rodada de busca de investimentos para o Brasil.
Como eu disse, em outro artigo, Lula voltará da sua “turnê” com um foco total na economia, até mesmo o “finado” centrão já se preparou para isso e se separou em dois diferentes blocos visando as negociações envolvendo pautas econômicas como reforma tributária e novo arcabouço fiscal
Cabe agora ao governo acirrar o combate contra as “genialidades” de membro do governo que insistem em anunciar medidas que muitas vezes não possuem nem pé, nem cabeça. O caso envolvendo os produtos importando é um destes exemplo, já que foi dito pelo chefe da Receita Federal, Robinson Barreirinhas que foi quem “acendeu” o fogaréu da discussão ao dar uma entrevista.
Não seria a primeira vez, os Ministros Marcio França (Portos e Aeroportos) e Carlos Lupi (Previdência). também protagonizaram situações semelhantes ao anunciarem medidas sem alinharem e analisarem a viabilidade disto com o presidente e a Casa Civil.
Essa é a pura prova de que a oposição só consegue fazer alarido nas redes mas não consegue impor dificuldades objetivas ao governo, porém, a única forma de o governo passar dificuldades com a oposição é se a aprovação ficar abaixo dos 20%, o que, a depender dos vacilos dos Ministros ou da comunicação, pode não ser agradável.
Por enquanto, uma boa estratégia para o governo é atrair os chefes das casas legislativas do Congresso Nacional para pautas importantes, o que pode blindá-lo do humor do mercado, vide que nem Lira, nem Pacheco se importam com as discussões do Planalto com o Banco Central, para eles é mais importante ter a economia pujante, algo que a atual taxa de juros não permite.
Lula dificilmente conseguirá acabar com a distorção de poderes acumulador por Lira e Pacheco graças ao vácuo de poder do governo Bolsonaro, por isso, aos mais “emocionados”, será muito difícil vermos o governo entrar em algum embate direto com Lira.
Hoje a situação do governo pode ser traduzida como um jogo de futebol em que não há jogadores no campo adversário, apenas um goleiro (Arthur Lira), sendo assim, o governo só leva gol se for contra e só não faz gol se não conseguir passar pelo goleiro, nesse caso, a aprovação e o diálogo ajudam.