Durante a posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), em Xangai, na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente o atual modelo de financiamento dos bancos internacionais.
O Banco do Brics, como ficou conhecido, não tem participação do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou de instituições financeiras dos países que não fazem parte do bloco. Lula também falou sobre essa ausência.
“Pela primeira vez um banco de desenvolvimento de alcance global é estabelecido sem a participação de países desenvolvidos em sua fase inicial. Livre, portanto, das amarras e condicionalidades impostas pelas instituições tradicionais às economias emergentes. E mais, com a possibilidade de financiamento de projetos em moeda local”.
Lula lembrou que o papel do banco é servir como instrumento para combater a desigualdade. Na avaliação do presidente, o Banco dos Brics deve auxiliar os países mais afetados pelas mudanças climáticas e crises econômicas.
“A mudança do clima, a pandemia e os conflitos armados impactam negativamente as populações mais vulneráveis. Muitos países em desenvolvimento acumulam dívidas impagáveis. É nesse contexto que a criação do NDB se impõe”.
Ainda em seu discurso, Lula criticou diretamente o FMI por, segundo ele, asfixiar os países da América Latina como a Argentina. “Nenhum governante pode trabalhar com uma faca na garganta porque está devendo”, disparou. “Não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países como está fazendo com a Argentina o Fundo Monetário Internacional”, emenda.
Por fim, o presidente destacou o papel estratégico de Dilma a frente do NDB. Por sua vez, a petista se comprometeu que sua gestão a frente do banco será focada proteção ambiental, infraestrutura social e digital, e também no auxílio a comunidades mais pobres.
“Assumir à presidência do NDB é uma oportunidade de fazer mais para os países dos Brics, mas também para os países emergentes e os países em desenvolvimento”, disse. “Estou confiante de que juntos podemos realizar nossa visão de desenvolvimento. Queremos que a prosperidade seja comum a todos os países”, acrescentou.