Enquanto o governo federal passa sufoco com ele mesmo, a oposição – composta majoritariamente por extremistas de direita – mostra a que veio no Congresso nacional.
A oposição decidiu que para “criar dificuldades”, irá convocar Ministros do governo de maneira recorrente, por conta disso, só nesta semana Silvio Almeida (Direitos Humanos), Flávio Dino (Justiça e segurança pública) e Nísia Trindade (saúde) foram convidados para diferentes comissões na Câmara dos Deputados o que rendeu momentos memoráveis para o governo! E deixou explícito a completa falta de decoro e até mesmo de qualidade intelectual e comportamental de boa parte da oposição.
Ficou claro que os parlamentares de oposição em ambas as casas não estão nem um pouco preocupados em discutir questões de relevância nacional, visões ou projetos do país, tampouco estão dispostos a agir como uma bancada organizada.
As imagens que circularam nas redes mostram que a única preocupação dos parlamentares é em produzir os famigerados “cortes” para as redes sociais, tanto é que maioria deles sequer se preocupa com o que está falando. De teorias amalucadas da conspiração até palavras de baixo calão, as comissões na câmara viraram versões horrendas daqueles programas de humor em formato de “escolinha”.
A atuação destes parlamentares é tão esdrúxula que estão ficando até mesmo isolados.
O próprio centrão (hoje contaminado pelo bolsonarismo) está se fragmentando e diversos blocos estão surgindo na Câmara, um deles, o maior, orquestrado por Arthur Lira (PP-AL) e que possuí como líder o deputado Felipe Carreras (PSB-PE) que é da base governista.
Vamos aos números: Bloco MDB, PSD, REPUBLICANOS, PODE, PSC com 142 deputados, Bloco PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e federação Cidadania-PSDB com 175 deputados e temos o Bloco da federação do PT com 81 deputados e que ainda conta com os 14 da federação PSOL-REDE. Logo, são 412 de 513 deputados que podem votar com o governo a depender da matéria e das negociações e acordos.
O que mostra a mais completa falta de objetivos ou preocupações da dita “oposição” com questões de interesse nacional. Resta a esses parlamentares usar peruca no plenário, falar palavrão em comissões ou promover gritarias em convocações de Ministros.
A negação da política alimenta a extrema direita pois explora o descontentamento das pessoas com o sistema político existente e acaba sendo usada mecanismo de propaganda para promover a ideia de que as instituições democráticas estão falhando e precisam ser destruídas, porém, não propõe qualquer substituição ao modelo vigente, pelo contrário, apenas prega que a falta de liturgia, respeito e educação e que os conflitos e discordâncias sociais devem ser resolvidas na base da truculência, quase como se fossemos uma tribo de bárbaros que resolvem as coisas à base de sangue e hematomas.
É um delírio que faz alguns parlamentares verem a democracia apenas como uma forma de aumentar os seus seguidores e, infelizmente, todas as suas ações são norteadas por isso. Ações que dificilmente são propositivas e guiadas por discursos vazios, ataques pessoais e postagens sensacionalistas. Isso pode acabar gerando uma polarização desnecessária e prejudicando o debate político saudável e construtivo.
Além disso, a atuação política nas redes sociais muitas vezes se concentra em promover apenas a imagem do político, em detrimento de propostas e soluções reais para os problemas enfrentados pela sociedade. Isso pode levar à superficialidade do debate político e ao distanciamento entre os políticos e a população.
É preciso saber se comunicar na era das redes usando-as como ferramenta e não como plataforma política.
Infelizmente ainda vai demorar para a antipolítica deixar de ser numerosa nas casas legislativas. A antipolítica evoluiu e agora é a democracia do like.