A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi as redes sociais para questionar o motivo pelo qual o Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto, ainda não reduziu a taxa de juros após a queda registrada da inflação, a valorização do real e a estagnação da economia por causa da escassez de crédito e investimentos.
“Com inflação em desaceleração, valorização do Real e a economia patinando pela falta de crédito e investimentos qual vai ser a desculpa agora do Banco Central pra não baixar os juros? Não tem mais como sustentar, Campos Neto”, escreveu Gleisi.
Inflação fica abaixo de 5% e mercado reage com queda do dólar
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira, 11, os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, que mostram uma desaceleração no mês de março.
No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 4,65%, que significa uma queda abrupta em comparação com o resultado do mês interior, quando se registrou uma inflação de 5,60%. O resultado é o menor desde janeiro de 2021, quando a inflação registrou índice de 4,56% no acumulado de 12 meses.
Com esse resultado positivo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai aumentar a pressão sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que baixe a taxa de juros, que atualmente é de 13,75% ao ano.
O resultado também influenciou o mercado financeiro, que reagiu de forma positiva. No começo do dia, o dólar abriu em queda, sendo cotado a R$ 4,99, e a bolsa de valores a índice de 104,6 mil pontos, após chegar aos 105 mil na abertura.
Edu
13/04/2023 - 14h48
Boa resposta. Vou replicar…
Alexandre Neres
12 de abril de 2023 às 13h53
Populista? O senhor Edson Luiz aborda reiteradamente: o populismo de Lula seria comparado ao do mitômano. A princípio, usada de forma indiscriminada, a palavra é tão problemática que devemos nos indagar se o próprio discurso antipopulista não estaria permeado de demagogia e de manipulação, e, de acordo com seus próprios critérios, se o senhor Edson Luiz não estaria sendo populista. Esse senhor quer insinuar que o populismo é uma doença. Por meio de uma mensagem simplista e reducionista de um fenômeno político, tenta misturar alhos com bugalhos. A acusação de populismo e a tentativa de estabelecer falsa simetria, mentirosa até a raiz, serve como um recurso retórico para rebaixar Lula. Como Lula é egresso do povo, para ele não tem a physique du rôle para ser presidente, diferentemente de salnorabo, eterno representante do lixo branco, que tem antepassados europeus e conta com sua simpatia, inda que velada.
O uso do termo “populismo”, que é polissêmico e complexo, para sustentar uma falsa simetria baseia-se em um recurso retórico antigo, pois tal falácia visa difamar por meio de associação. Rotular os dois como equivalentes significa ignorar o abismo que os separa. Na verdade, é difícil de fazer uma comparação de salnorabo com qualquer outro chefe de Estado democraticamente eleito no decorrer da nossa História. Mesmo antes de chegar à presidência, sua carreira política já era marcada pela apologia da tortura e da ditadura, da esterelização dos pobres, por ameaças de fechar o Congresso e o STF, e pela pregação da maiores barbaridades homofóbicas, racistas e misóginas. Uma vez no poder, incitou sua militância contra parlamentares e juízes, foi conivente com a propagação de um vírus mortal e isolou o país do restante do mundo, nada nem sequer remotamente próximo ao modus operandi do PT. A passagem deste partido pela administração federal notabilizou-se pelo respeito às instituições da democracia liberal.
Usar o termo populista para criar associações esdrúxulas não é exclusividade brasileira. Assim como Trump, Bernie Sanders também fora tachado de populista, sendo essa uma tática utilizada no contexto de guerra interna entre a esquerda e a direita do Partido Democrata nas primárias de 2020 para fortalecer uma candidatura moderada, in casu a de Biden. Na França, o discurso que apresentava Mélenchon como o outro Le Pen serviu para tirar a credibilidade da alternativa à esquerda a Macron.
A retórica que se vale do termo populismo para tentar igualar políticos com diferenças tão profundas no compromisso com a democracia liberal é arriscada. Como ficou claro no caso brasileiro, além de ser ineficaz para alavancar uma candidatura de centro, produz outros efeitos colaterais. Já em 2018, tal estratégia, em vez de servir de combustível para desidratar o mitômano junto ao eleitorado antipetista, serviu para naturalizá-lo. “Bolsonaro é populista. O PT é populista. Logo, Bolsonaro não será pior do que os governos petistas”. Esse silogismo é um dos grandes trunfos da campanha bolsonarista. Esse tipo de recurso retórico reabilita o capetão e confere às eleições das quais participa um aspecto de normalidade, escamoteando o caráter aberrante de sua candidatura. A partir do momento em que alguns dos seus opositores o consideram mais um adversário, e não como o adversário a ser derrotado, sua força eleitoral aumenta. No mínimo, esse discurso contribuiu para que uma parcela significativa do centro e da direita moderada anulasse o seu voto. Em muitos casos, deu salvo-conduto para quem desejava votar em salnorabo, mas tinha vergonha disso.
A naturalização do genocida como candidato e presidente também banaliza suas ideias e move o espectro político na direção da direita reacionária. Uma parte importante do processo político é a definição do que é ou não considerado legítimo no debate público. Questionar o discurso hegemônico pode servir para apontar os pontos cegos da democracia liberal de forma a incluir setores invisibilizados. Contudo, não é isso que ocorre no bolsonarismo. O que esse movimento faz é dar voz ao que Hanna Arendt chamava de ralé, cuja inclusão na esfera pública não emancipa ninguém, pelo contrário aprofunda o silenciamento de grupos subalternizados e coloca em risco a própria existência da democracia liberal. Falas como as que fazem a apologia de golpes de Estado, que dez anos atrás eram inaceitáveis, passaram a ser veiculadas e debatidas de forma corriqueira, como se fosse uma alternativa banal.
Embora esse senhor vezenquando se apresente como progressista ou esquerdista, fazendo uma análise mais detida das ideias que advoga, resta evidente sua posição reacionária ao fazer o jogo sujo da extrema-direita, tentando normalizá-la, e sua ligação atávica com o espírito udenista, permeado de falso moralismo, que costumava criticar o populismo e incensar golpes pelo fato de ser ruim de voto.
EdsonLuíz.
12/04/2023 - 17h41
O que não tem cabimento, petista Gleisi Hoffmann, é uma força política disputar eleições sem apresentar um Programa de Governo, sem detalhar uma Política Econômica e sem apresentar uma Política Fiscal!
Fazer isto que vocês populistas fazem, Gleisi, é que é brincar com a realidade econômica e com a taxa de juros e a inflação. Deixar um país tanto tempo sem políticas é irresponsabilidade!
Cadê um documento com propostas e detalhamentos apresentado pelo candidato Lula?
Só populistas afirmam e reafirmam compromissos, que geralmente não têm ou não cumprem de forma responsável, sem documentar, fiando na palavra e abusando da ascendência que possuem sobre as consciências a partir de carisma, favores e, muitas vezes, trapaças ilegais.
Alexandre Neres
12/04/2023 - 13h53
Populista? O senhor Edson Luiz aborda reiteradamente: o populismo de Lula seria comparado ao do mitômano. A princípio, usada de forma indiscriminada, a palavra é tão problemática que devemos nos indagar se o próprio discurso antipopulista não estaria permeado de demagogia e de manipulação, e, de acordo com seus próprios critérios, se o senhor Edson Luiz não estaria sendo populista. Esse senhor quer insinuar que o populismo é uma doença. Por meio de uma mensagem simplista e reducionista de um fenômeno político, tenta misturar alhos com bugalhos. A acusação de populismo e a tentativa de estabelecer falsa simetria, mentirosa até a raiz, serve como um recurso retórico para rebaixar Lula. Como Lula é egresso do povo, para ele não tem a physique du rôle para ser presidente, diferentemente de salnorabo, eterno representante do lixo branco, que tem antepassados europeus e conta com sua simpatia, inda que velada.
O uso do termo “populismo”, que é polissêmico e complexo, para sustentar uma falsa simetria baseia-se em um recurso retórico antigo, pois tal falácia visa difamar por meio de associação. Rotular os dois como equivalentes significa ignorar o abismo que os separa. Na verdade, é difícil de fazer uma comparação de salnorabo com qualquer outro chefe de Estado democraticamente eleito no decorrer da nossa História. Mesmo antes de chegar à presidência, sua carreira política já era marcada pela apologia da tortura e da ditadura, da esterelização dos pobres, por ameaças de fechar o Congresso e o STF, e pela pregação da maiores barbaridades homofóbicas, racistas e misóginas. Uma vez no poder, incitou sua militância contra parlamentares e juízes, foi conivente com a propagação de um vírus mortal e isolou o país do restante do mundo, nada nem sequer remotamente próximo ao modus operandi do PT. A passagem deste partido pela administração federal notabilizou-se pelo respeito às instituições da democracia liberal.
Usar o termo populista para criar associações esdrúxulas não é exclusividade brasileira. Assim como Trump, Bernie Sanders também fora tachado de populista, sendo essa uma tática utilizada no contexto de guerra interna entre a esquerda e a direita do Partido Democrata nas primárias de 2020 para fortalecer uma candidatura moderada, in casu a de Biden. Na França, o discurso que apresentava Mélenchon como o outro Le Pen serviu para tirar a credibilidade da alternativa à esquerda a Macron.
A retórica que se vale do termo populismo para tentar igualar políticos com diferenças tão profundas no compromisso com a democracia liberal é arriscada. Como ficou claro no caso brasileiro, além de ser ineficaz para alavancar uma candidatura de centro, produz outros efeitos colaterais. Já em 2018, tal estratégia, em vez de servir de combustível para desidratar o mitômano junto ao eleitorado antipetista, serviu para naturalizá-lo. “Bolsonaro é populista. O PT é populista. Logo, Bolsonaro não será pior do que os governos petistas”. Esse silogismo é um dos grandes trunfos da campanha bolsonarista. Esse tipo de recurso retórico reabilita o capetão e confere às eleições das quais participa um aspecto de normalidade, escamoteando o caráter aberrante de sua candidatura. A partir do momento em que alguns dos seus opositores o consideram mais um adversário, e não como o adversário a ser derrotado, sua força eleitoral aumenta. No mínimo, esse discurso contribuiu para que uma parcela significativa do centro e da direita moderada anulasse o seu voto. Em muitos casos, deu salvo-conduto para quem desejava votar em salnorabo, mas tinha vergonha disso.
A naturalização do genocida como candidato e presidente também banaliza suas ideias e move o espectro político na direção da direita reacionária. Uma parte importante do processo político é a definição do que é ou não considerado legítimo no debate público. Questionar o discurso hegemônico pode servir para apontar os pontos cegos da democracia liberal de forma a incluir setores invisibilizados. Contudo, não é isso que ocorre no bolsonarismo. O que esse movimento faz é dar voz ao que Hanna Arendt chamava de ralé, cuja inclusão na esfera pública não emancipa ninguém, pelo contrário aprofunda o silenciamento de grupos subalternizados e coloca em risco a própria existência da democracia liberal. Falas como as que fazem a apologia de golpes de Estado, que dez anos atrás eram inaceitáveis, passaram a ser veiculadas e debatidas de forma corriqueira, como se fosse uma alternativa banal.
Embora esse senhor vezenquando se apresente como progressista ou esquerdista, fazendo uma análise mais detida das ideias que advoga, resta evidente sua posição reacionária ao fazer o jogo sujo da extrema-direita, tentando normalizá-la, e sua ligação atávica com o espírito udenista, permeado de falso moralismo, que costumava criticar o populismo e incensar golpes pelo fato de ser ruim de voto.
EdsonLuíz.
12/04/2023 - 13h18
O que não tem cabimento, petista Gleisi Hoffmann, é uma força política disputar eleições sem apresentar um Programa de Governo, sem detalhar uma Política Econômica e sem apresentar uma Política Fiscal!
Fazer isto que vocês populistas fazem, Gleisi, é que é brincar com a realidade econômica e com a taxa de juros e a inflação. Deixar um país tanto tempo sem políticas é irresponsabilidade!
O PT ganhou as eleições e, na prática, desde outubro|2022 e logo que passado o 2° turno assumiu compromissos e articulações de governo. Jair Bolsonaro, assim que derrotado, se recolheu até o fim formal de seu mandato e depois foi embora do Brasil.
Passados quase meio ano, Lula e o PT não apresentaram nem mesmo uma proposta de Política Fiscal e a economia brasileira, tão cheia de desequilíbrios, está desancorada.
Como Gleisi quer que o Banco Central baixe a taxa de juros atual se o PT está deixando o barco brasileiro navegar sem direção?
▪Esta taxa básica de juros, de 13,75%, está neste ponto desde agosto de 2022 até hoje, não foi aumentada para prejudicar Lula.
Gleisi, Lula e outros petistas fazem declarações enganosas para fazer o brasileiro pensar que o presidente do Banco Central mantém a Selic alta para prejudicar Lula.
Não!
Roberto Campos Neto subiu a taxa de juros no Brasil sempre que Jair Bolsonaro, com objetivos eleitorais, aumentou gastos fora do teto. Assim, desde março|2021, quando estava em 2%, até agosto|2022, quando a taxa foi para 13,75%, Roberto Campos subiu os juros exatamente para anular as consequências que teriam os gastos de Bolsonaro para a inflação.
Depois de agosto2022 até hoje a taxa de juros está parada. Para começar a diminuir os juros Roberto Campos tem que observar o comportamento da inflação e esperar Lula tomar as medidas que são de responsabilidade do governo e que Lula não tomou até agora, deuxando o Brasil como se estivesse sem governo.