Audiência pública na Alesp debate transporte paulista sobre trilhos

Rodrigo Romeo

Parlamentares e trabalhadores metroferroviários discutiram acidente no monotrilho e privatizações

Publicado em 12/04/2023 -18h31

Alesp — A situação do transporte sobre trilhos paulista foi discutida em uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Na noite desta terça-feira (11), trabalhadores do metrô e dos trens de São Paulo se juntaram a alguns parlamentares para o debate sobre as privatizações das linhas do trem, metrô e da Sabesp e o recente acidente na linha 15-prata do monotrilho do último dia 8 de março.

A audiência foi convocada pela deputada Paula da Bancada Feminista e comandada por uma de suas codeputadas, Sirlene Maciel. Paula Nunes, que abriu o evento, destacou a relevância do assunto. “Estamos aqui para debater esse tema tão importante que é a privatização, anunciada desde a campanha eleitoral pelo governador Tarcísio, e os casos recentes muito emblemáticos e que precisam ser debatidos, como o acidente do monotrilho”, disse.

Entre os trabalhadores presentes, estavam integrantes do Sindicato dos Metroviários, da Federação Nacional dos Metroferroviários (Fenametro), Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias, do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do estado de São Paulo (Sintaema), do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil e do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana.

De acordo com Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários e que liderou a última greve do metrô dos dias 23 e 24 de março de 2023, os trabalhadores do transporte sobre trilhos terão que se unir para enfrentar o que chamou de ‘paredão neoliberal’ levantado pelo governador e que terá como foco as privatizações do metrô e trem do Estado.

“Para nós, que trabalhamos no transporte sobre trilho, é claro que transporte é direito social. É obrigação do Estado fornecer um transporte seguro, rápido e que tenha capacidade de transportar muita gente na maior cidade do país. E, para isso, tem que ter investimento público”, afirmou Camila.

A sindicalista ainda levantou duas tarefas que considera necessárias para a categoria e que precisam ser realizadas pelos trabalhadores e deputados presentes no evento: ampliar a investigação sobre o acidente do monotrilho e se unir para enfrentar as privatizações.

Simão Pedro (PT), que também discursou, citou um estudo feito sobre as empresas metroferroviárias de todo o mundo e disse que as mais eficientes do setor são empresas públicas e que investem em mão de obra especializada. Ele disse que é um equívoco demitir trabalhadores que têm 25, 30 anos de empresa. “Os problemas do monotrilho e das linhas 8 e 9 acontecem porque eles foram tirando o pessoal que tinha conhecimento. Então é lógico que ia acontecer”, explicou o parlamentar.

Guilherme Cortez (PSOL) também participou do evento e falou não só sobre as privatizações dos trens, mas também sobre os estudos encaminhados pelo governador para a privatização da Sabesp. “A Sabesp, além de garantir o serviço à população, é lucrativa. E, ao contrário do que quer ser feito no Estado de São Paulo, no mundo inteiro, foram mais de 270 reestatizações da rede de saneamento”, comentou o deputado.

Além dessas falas, diversos trabalhadores e outros políticos, como a ex-candidata à presidência da República Vera Lúcia (PSTU) e o vereador de São Paulo Toninho Vespoli (PSOL), discursaram durante a audiência, que durou mais de duas horas. Funcionários que estão presentes no dia a dia da operação do metrô e trens paulistas usaram o espaço para fazer denúncias, apelos e pedidos aos parlamentares presentes.

Cláudia Beatriz:
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