Ministro falava na Comissão de Segurança Pública sobre política armamentista e lamentou o episódio: “Um desrespeito”
Publicado em 11/04/2023 – 17h40
Por Igor Carvalho – Brasil de Fato – São Paulo (SP)
Brasil de Fato — Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, era o convidado da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados desta terça-feira (11), para falar sobre os atos terroristas de 8 de janeiro e o novo decreto que regulamentará a circulação de armas no país.
Isso, no entanto, não foi possível. Desde o princípio da sessão, parlamentares se interrompiam aos gritos, trocavam ofensas e desrespeitavam a ordem de falas. O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) foi quem encerrou a sessão, após alteração generalizada entre os membros do colegiado, que não deixavam Flávio Dino responder às questões. Nas redes sociais, bolsonaristas insistem que o ministro teria abandonado a reunião.
Durante 1h30 em que a sessão esteve aberta, o ministro respondeu a apenas três parlamentares. No segundo bloco de perguntas a reunião foi encerrada e uma nova data será marcada para que Dino retorne à comissão.
Momentos antes de encerrar a sessão, após inúmeras interrupções, Sanderson alertou os deputados da situação e da oposição sobre o possível fim da reunião: “Se os senhores não mantiverem a ordem mínima, o ministro disse que vai levantar e vai sair”.
Durante a confusão, o deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA) afirmou que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) lhe atacou. “Vai tomar no cu”, teria dito a bolsonarista, de acordo o parlamentar maranhense. Ainda durante a audiência da comissão, Duarte se manifestou e anunciou que tomará providências sobre a ofensa. “Repudio veementemente essa atitude inaceitável e total falta de exemplo. Irei representá-la no Conselho de Ética. Respeito é a base de qualquer diálogo.”
Em seu perfil no Twitter, Flávio Dino lamentou o episódio. “Infelizmente deputados extremistas adotaram uma sequência de atitudes ameaçadoras, ofensivas e agressivas, impedindo a realização de audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara. Considero um desrespeito ao povo brasileiro e ao próprio Poder Legislativo.”
Armas nas mãos certas
Antes da sessão ser encerrada, Dino criticou a política armamentista do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defendida por boa parte dos parlamentares da comissão, de maioria bolsonarista, e lembrou que o projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu nas urnas, deve se impor no próximo período.
“Não existe possibilidade de liberdade ser confundida com cada um fazer o que quer e como quer. Portar arma é uma licença excepcional que o Estado dá. Assim como dá, ele pode tirar. Não existe, portanto, liberdade absoluta no Brasil para portar armas. Nunca existiu e para existir teria que mudar um conjunto de leis”, explicou Dino.
“Defendemos que as armas estejam nas mãos certas. A maioria aqui são policiais. Claro que os policiais devem estar armados. Isso se chama monopólio do uso legítimo da força, que não podemos substituir por uma visão de faroeste”, sentenciou o ministro, que falou sobre o lançamento do novo decreto, que regulamentará a posse de arma no país.
No dia 30 de janeiro deste ano, o governo federal determinou um prazo de 60 dias para o recadastramento de armas adquiridas após a flexibilização do porte, determinada pelo governo Bolsonaro. Um grupo de parlamentares liderados pelos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Marcos Pollon (PL-MS) pediu que o governo prorrogasse o prazo por mais 30 dias. O ministro Flávio Dino aceitou a demanda.
“Temos recadastramento até o dia 3 de maio, já temos nesse momento 880 mil armas recadastradas, um número bastante expressivo. Logo após o término do recadastramento, o grupo de trabalho vai encerrar atividades e vamos fazer a minuta do novo decreto e enviar ao Presidente da República. A nossa proposta será na primeira quinzena de maio e ainda no mês de maio há edição desse novo decreto”, informou Dino.
Em sua última fala antes de ser interrompido novamente, Dino associou a recente epidemia de ataques às escolas com o crescimento do discurso de ódio e posse de armas no Brasil.
“Qual país que mais realiza chacina em escola no mundo? Os EUA. O que está acontecendo agora no Brasil? Crescimento de chacina em escolas. Será que é impossível enxergar uma correlação lógica entre ódio, violência, armamentismo e chacinas em escolas? Será que é por acaso que isso acontece apenas nos EUA e Brasil nessa dimensão?”, perguntou o ministro.
Edição: Nicolau Soares
WWagner Indigo
12/04/2023 - 07h57
Dino mais uma vez , passeou em horário de trabalho .
O Ministro deve ter cuidado ,pois pode ser acusado passear , ao invés de trabalhar .
Quanto despreparo destes Deputados . A diferença é tanta , que estas reuniões mais
parecem salas de aula de alunos rebeldes de Escola primária .
O Professor calmamente explica , mas os alunos tapados gritam , berram e não prestam
atenção !!!
É o Fundão !!!
Edu
12/04/2023 - 06h07
Pela “qualidade” dos canalhas que foram “sabatinar” o Ministro, vemos a que tipo de vermes eles representam …
Logo, não nos surpreende comentários podres contra Dino, seja onde for.
Galinze
11/04/2023 - 18h44
O primeiro Ministro Momo da história da humanidade.