Presidente reuniu ministros e lideranças da gestão no Congresso para fazer balanço dos primeiros meses da administração
Publicado em 10/04/2023 – 15h27
Por Cristiane Sampaio – Brasil de Fato – Brasília (DF)
Brasil de Fato — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu todos os 37 ministros e lideranças do governo nesta segunda-feira (10), no Palácio do Planalto, para fazer o balanço dos 100 primeiros dias de gestão. Na cerimônia, o chefe do Executivo fez um comparativo entre os investimentos iniciais feitos no país sob seu comando e os valores gastos pela administração Bolsonaro no mesmo período de 2022.
“É apenas uma pequena demonstração de como vamos fazer a diferença neste país, e nós vamos fazer a diferença superando as dificuldades que se apresentarem pra nós”, disse o presidente. De acordo com Lula, entre janeiro e março deste ano foram empregados R$ 3,3 bilhões em rodovias, enquanto no mesmo intervalo do ano passado o setor recebeu R$ 892 milhões.
No que se refere a investimentos em recursos hídricos, foram R$ 323 milhões em 2023 contra R$ 82 milhões no ano passado. Na área de ciência e tecnologia, houve R$ 535 milhões em investimentos nesse primeiro trimestre, contra R$ 128 milhões do ano passado. Segundo o presidente, o montante gasto no segmento este ano não inclui os valores das bolsas de estudo e pesquisa, que sofreram reajuste no atual governo.
Ele também ressaltou que, em termos de infraestrutura de saúde, o governo atual injetou R$ 145 milhões, enquanto no primeiro trimestre de 2022 foram R$ 56 milhões. Na área de hidrovias, a gestão Lula investiu R$ 328 milhões até março, contra R$ 34 milhões do governo passado. Já em termos de políticas de habitação, foram injetados este ano R$ 203 milhões, enquanto no ano passado a gestão Bolsonaro congelou as ações na área até o segundo trimestre.
Além dos investimentos, Lula enumerou uma série de outras medidas da sua gestão. O presidente enalteceu, por exemplo, a volta do Bolsa Família, do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Mais Médicos, do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e do Minha Casa, Minha Vida, todos eles relançados nos últimos meses.
“O Brasil voltou, um Brasil que se espelha no povo brasileiro e acorda cedo pra trabalhar. O Brasil voltou para trabalhar naquilo que deveria ser a razão de ser de todos os governos: cuidar das pessoas. O Brasil voltou sobretudo pra cuidar dos brasileiros e brasileiras que mais precisam. O Brasil voltou para conciliar novamente crescimento econômico com inclusão social, para reconstruir o que foi destruído e seguir adiante. O Brasil voltou para ser outra vez um Brasil sem fome. Não se constrói um Brasil verdadeiramente desenvolvido sob as ruínas da fome”, emendou Lula.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que Lula tem sido “absolutamente fiel” ao que prometeu durante a campanha eleitoral, considerando as promessas lançadas ao eleitorado da chapa naquela ocasião. “Foram mil anos em 100 dias”, acrescentou, ao se referir ao conjunto de medidas já tomadas.
Futuro
Lula falou também sobre uma série de ações que devem ser adotadas pela gestão no futuro. Ele destacou, por exemplo, o interesse em acabar com as moradias precárias. “Temos que acabar com as palafitas existentes neste país porque não existe jeito de morar mais degradante do que morar na palafita”. Outro ponto mencionado foi a intenção de executar obras consideradas prioritárias pelo país. Segundo ele, a gestão já recebeu de cada estado uma lista com obras que devem entrar nesse rol.
O tema do meio ambiente também entrou no roteiro do discurso do presidente, que disse que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, está ainda tentando “consertar” problemas criados pela gestão Bolsonaro. Lula disse que o país deve voltar a ter o padrão de fiscalização ambiental que tinha há dez anos. Ele mencionou ainda que o governo pretende incentivar o combate às mudanças climáticas também em centros urbanos.
O petista destacou que tem otimismo diante das necessidades do país. “É a nossa posição de confiança que vai fazer a sociedade brasileira ter confiança. Ninguém vai acreditar em um presidente que levanta todo dia ‘ah, o PIB não vai crescer’, ‘a economia não está muito boa’, ‘o FMI disse tal coisa’, ‘o Banco Mundial disse tal coisa’, ‘o mercado financeiro disse tal coisa’. Se a gente for governar pensando nisso, é melhor desistir. É importante que essa gente fale pra gente fazer diferente do que eles querem que a gente faça”.
O chefe do Executivo também aproveitou a ocasião para criticar novamente a atualmente política do Banco Central, que mantém a taxa de juros em 13,75%. “Continuo achando que estão brincando com o país, brincando com o povo pobre e brincando com os empresários que querem investir”, alfinetou.
Edição: Thalita Pires