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Lula fala sobre 100 dias e ressalta vitória sobre fascismo

No Jornal de hoje, exibimos e comentamos o discurso do presidente Lula, com um balanço sobre os 100 dias de governo, diante de seus ministros. Os convidados de hoje são o cientista político Jorge Chaloub, a jornalista Iara Vidal e o também jornalista Luiz Carlos Azenha. Apresentação de Miguel do Rosário e Ivan Longo.

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Ricardo Stuckert/PR

No Jornal de hoje, exibimos e comentamos o discurso do presidente Lula, com um balanço sobre os 100 dias de governo, diante de seus ministros. Os convidados de hoje são o cientista político Jorge Chaloub, a jornalista Iara Vidal e o também jornalista Luiz Carlos Azenha.

Apresentação de Miguel do Rosário e Ivan Longo.

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EdsonLuíz.

11/04/2023 - 14h05

Nós temos que combater todas as leviandades, equívocos e erros e não só combater aqueles que nós queremos.

Quando escolhemos equívocos e erros intencionais dos outros para combater e cometemos e protegemos como legítimos nós os nossos equívocos, estamos nós sendo os levianos.

A ciéncia política conceitua e define fascismo e não cabe a ninguém entortar o conceito para tirar proveito. Se, por intenções particulares ou pessoais formos dando às palavras e à linguagem o significado que queremos, retirando delas o seu significado universal, perderemos, como estamos perdendo, toda a nossa capacidade de nos comunicar.

Fascistas são truculentos, covardes, autoritários, perversos…. Toda força ou ator político fundamentalista e antidemocrático, à esquerda ou à direita é assim, não só os fascistas.

Normalizar estes venais é quando praticam maniqueísmo e carimbam o outro até quando ele não for e a si mesmo nunca assume que é!

Entre estes farsantes é assim:
-Quando ele se diz “de esquerda”, todos os outros são demônios, menos ele e os dele;
-Quando ele se diz “de direita” é a mesma coisa: todos são demônios, menos ele e os seus.

Há fascistas no Brasil e, se houver, eles planejam dar um golpe e tomar o poder?
■Esta é uma boa e importante pergunta!
▪E temos uma ótima oportunidade de sabermos. Mas a oportunidade de saber se no Brasil há grupos fascistas e quem e quantos são está em uma CPI para investigar o “08 de Janeiro. ●Mas o PT não quer investigar e por isto não deixa que a CPI seja aprovada.

Alexandre Neres

11/04/2023 - 02h01

Quem acompanha esse Portal já se deu conta de que o senhor Edson Luiz quer pagar de isentão, mas está sempre tentando normalizar o genocida. Dessa vez, não foi diferente, está tentando retirar do dito cujo o rótulo que lhe foi pespegado de fascista. Seguindo sua linha de raciocínio, para se caracterizar algum regime como fascista teriam que se reproduzir todas aquelas condições que vigoraram quando do surgimento do fascismo histórico, o que na prática não é factível. Vou reproduzir características que o escritor e semiólogo Umberto Eco via como típicas do que chama de fascismo eterno: o culto da tradição; o tradicionalismo implica a recusa da modernidade; o irracionalismo depende também do culto da ação pela ação; o desacordo é traição; é racista por definição; provém da frustração social ou individual; a obsessão da conspiração, possivelmente internacional; estão condenados a perder suas guerras, pois são incapazes de avaliar objetivamente a força do inimigo; não há luta pela vida, mas vida para a luta; elitismo popular; cada um é educado para tornar-se um herói, sendo o heroísmo a norma; machismo; populismo qualitativo; novilíngua; e assim por diante.

Porém não é disso que quero tratar, mas, sim, de um ponto que o senhor Edson Luiz aborda reiteradamente: o populismo de Lula seria comparado ao do mitômano.

O uso do termo “populismo”, que é polissêmico e complexo, para sustentar uma falsa simetria baseia-se em um recurso retórico antigo, o uso de uma falácia que visa difamar por meio de associação. Rotular os dois como equivalentes significa ignorar o abismo que os separa. Na verdade, é difícil de fazer uma comparação de salnorabo com qualquer outro chefe de Estado democraticamente eleito no decorrer da nossa História. Mesmo antes de chegar à presidência, sua carreira política já era marcada pela apologia da tortura e da ditadura, da esterelização dos pobres, por ameaças de fechar o Congresso e o STF, e pela pregação da maiores barbaridades homofóbicas, racistas e misóginas. Uma vez no poder, incitou sua militância contra parlamentares e juízes, foi conivente com a propagação de um vírus mortal e isolou o país do restante do mundo, nada nem sequer remotamente próximo ao modus operandi do PT. A passagem deste partido pela administração federal notabilizou-se pelo respeito às instituições da democracia liberal.

Usar o termo populista para criar associações esdrúxulas não é exclusividade brasileira. Assim como Trump, Bernie Sanders também fora tachado de populista, sendo essa uma tática utilizada no contexto de guerra interna entre a esquerda e a direita do Partido Democrata nas primárias de 2020 para fortalecer uma candidatura moderada, in casu a de Biden. Na França, o discurso que apresentava Mélenchon como o outro Le Pen serviu para tirar a credibilidade da alternativa à esquerda a Macron.

A retórica que se vale do termo populismo para tentar igualar políticos com diferenças tão profundas no compromisso com a democracia liberal é arriscada. Como ficou claro no caso brasileiro, além de ser ineficaz para alavancar uma candidatura de centro, produz outros efeitos colaterais. Já em 2018, tal estratégia, em vez de servir de combustível para desidratar o mitômano junto ao eleitorado antipetista, serviu para naturalizá-lo. “Bolsonaro é populista. O PT é populista. Logo, Bolsonaro não será pior do que os governos petistas”. Esse silogismo é um dos grandes trunfos da campanha bolsonarista. Esse tipo de recurso retórico reabilita o capetão e confere às eleições das quais participa um aspecto de normalidade, escamoteando o caráter aberrante de sua candidatura. A partir do momento em que alguns dos seus opositores o consideram mais um adversário, e não como o adversário a ser derrotado, sua força eleitoral aumenta. No mínimo, esse discurso contribuiu para que uma parcela significativa do centro e da direita moderada anulasse o seu voto. Em muitos casos, deu salvo-conduto para quem desejava votar em salnorabo, mas tinha vergonha disso.

A naturalização do genocida como candidato e presidente também banaliza suas ideias e move o espectro político na direção da direita reacionária. Uma parte importante do processo político é a definição do que é ou não considerado legítimo no debate público. Questionar o discurso hegemônico pode servir para apontar os pontos cegos da democracia liberal de forma a incluir setores invisibilizados. Contudo, não é isso que ocorre no bolsonarismo. O que esse movimento faz é dar voz ao que Hanna Arendt chamava de ralé, cuja inclusão na esfera pública não emancipa ninguém, pelo contrário aprofunda o silenciamento de grupos subalternizados e coloca em risco a própria existência da democracia liberal. Falas como as que fazem a apologia de golpes de Estado, que dez anos atrás eram inaceitáveis, passaram a ser veiculadas e debatidas de forma corriqueira, como se fosse uma alternativa banal.

Embora esse senhor vezenquando se apresente como progressista ou esquerdista, fazendo uma análise mais detida das ideias que advoga, resta evidente sua posição reacionária ao fazer o jogo sujo da extrema-direita, tentando normalizá-la, e sua ligação atávica com o espírito udenista, permeado de falso moralismo, que costumava criticar o populismo e incensar golpes pelo fato de ser ruim de voto.

Paulo

10/04/2023 - 22h46

Eu não saberia dizer se Lula fez mais ou se fez menos do que outros Governos, em retrospectiva, de um modo geral (já nem lembro de governos mais antigos que vivi, que dizer dos anteriores!?). O que sei é que ele imprimiu uma pauta diferente no Planalto, o que todos já sabiam e esperavam que ele faria. É a marca do esquerdismo, que tem um lado bom; e um lado ruim…Mas, para não cairmos num relativismo absoluto, eu diria que, sim, no frigir dos ovos o Governo Lula é melhor do que o de Bolsonaro, nesse interstício inicial, pela simples razão de que Bolsonaro é um incompetente completo, administrativamente, ou talvez, mais apropriadamente, devesse dizer um omisso completo…O esquerdismo tem dois problemas graves, estruturais, o que me impede de vê-lo de maneira contemporizadora, pois é sempre uma espada de Dâmocles pendendo sobre nossas cabeças: a pauta de costumes, que solapa a base moral constitutiva da sociedade; e o aparelhamento do estado como forma de tomar o poder, impondo um governo autoritário, mais à frente, de que são exemplos a Venezuela, a Nicarágua e a Argentina, pra ficarmos em casos tipológicos próximos – esta última num estágio menos avançado de esquerdização, em relação às duas primeiras, mas igualmente de difícil reversão…

EdsonLuíz.

10/04/2023 - 21h25

Bolsonaro é autoritário. Para além de Bolsonaro ser autoritário, é bastante possível que profissionais da psiquiatria diagnostiquem mais do que traços de perversidade em sua personalidade.

No teatro político, encenando montagens bem macabras, é bem conhecida a ligação de Bolsonaro com os operadores de torturas do regime militar que se implantou no Brasil em 1964, especialmente com torturadores.

Mas não vejo como estabelecer ligação imediata de perversos e de autoritários políticos e torturadores com o fascismo e, mesmo quando cabe fazer essa ligação, ela não cabe exclusivamente ao fascismo.

Os fascistas organica e formalmente organizados constituem uma identidade com viés ideológico de ultra-direita que internaliza uma prática autoritária e perversa. Mas verifica-se nos movimentos de ultra-esquerda que, tanto pelas suas concepções táticas como pelas ações de seus representantes na ação política avulsa e na posse formal do poder político, têm a mesmíssima concepção autoritária e práticas perversas, tanto retóricas quanto, muitas vezes e sempre que lhes é conveniente, com o uso da violência física.

Há muita idebtificação de concepção e de prática entre os extremos fundamentalistss*
*Verifique-se:: uso sempre o adjetivo fundamentalista porque encontro ultra-radicais dispostos a atuar politicamente dentro da legalidade e da democracia. Daí que ser radical não é um conceito que me faz imediatamente associar com fundamentalistas.

A adesão política ao ponto de ganhar a classificação de ultra-direita fundamentalista ou de ultra-esquerda fundamentalista exige mais que se mostrar autoritário e perverso e antidemocrático. Como doutrina política, a adesão ao fascismo, na ultra-direita, ou a movimentos fundamentalistas de ultra-esquerda, ao ponto de se poder identificar nomes ou grupos como parte destes movimentos totalitários, exige que o adepto político fundamentalista tenha conhecimento suficiente para ser identificado com uma consciência política e visão de mundo fundamentalista. Para filiação e identificação de ideias fundamentalistas é necessário que o adepto tenha consciência das ideias envolvidas na doutrina.

Para mim está claro que Bolsonaro e todo o seu entorno não possui o mínimo de conhecimento de filosofia e teoria política para essa classificação como fascista, assim como Donald Tramp e o trampismo, modelo de político para o bolsonarismo, igualmente não tem.

Franjas do movimento que Bolsonaro lidera estão claramente articuladas com o movimento de ultra-direira do qual o norte-americano Steve Bannon é ideológo. Este, Steve Bannon, sim, lidera a articulação consciente de uma doutrina fundamentalista de ultra-direita.

Neste momento do teatro político mundial Steve Bannon anima amplos setores da ultra-direita mundial no apoio a Vladimir Putin. Nos Estados Unidos este apoio a Putin agrega o movimento liderado pelo republicano-mercador Donald Tramp; aqui no Brasil verifica-se uma extensão do Trumpismo no bolsonarismo, inclusive pela repetição dos argumentos de justificação criados pelos ideólogos russos de Putin para cometerem os abusos criminosos na Ucrânia, mas considero que os fundamentalistas arrecadam o apoio de trumpistas nos Estados Unidos e por bolsonaristas no Brasil por seus ativistas serem teoricamente mal preparados, passando pouco de desavisados, quando passam.

Poder-se-ia fazer uma associação automática das práticas truculentas, retóricas e mesmo físicas, do bolsonarismo com movimentos fundamentalistas de ultra-direita, mas teríamos que fazer a mesma associação automática de práticas de vandalismo, agressões e desrespeito retórico e mesmo agressões físicas de muitos que se declaram como ideologicamente ser politicamente de esquerda como sendo fundamentalismos conscientes. Mais uma vez eu acho que não são e quem declara ser ideologicamente de esquerda no Brasil apresenta conhecimento teórico que pouco passa de repetição de falas e argumentos que ouve em espaços de reunião e organização do seu polo político populista.

Assim, os dois polos políticos, aqui no Brasil e em grande parte do mundo não passam de seguidistas populistas.

Tanto um lado como outro de quem é identificado no ativismo político no Brasil como fundamentalista, eu identifico apenas como desvisados das teorias políticas e que repetem por seguidismo os argumentos de conveniências de dois polos populistas com propostas diferentes, mas com a mesmíssima prática, muitas vezes reproduzindo ódio e por isto sendo taxada de fundamentalista. Há fundamentalistas entre eles, mas são muito poucos.

Os dois lados negam serem fundamentalistas, por, de forma consciente, não serem mesmo; a identificação de um como fundamentalista é sempre uma classificação feita pelo seu homólogo oposto, tanto como forma de se desmarcar como porque consideram que a pecha de fundamentalista e suas derivações, muitas vezes derivações forçadas, vai impingir no inimigo um desgaste de imagem.

Em todo o mundo está havendo um empobrecimento teórico, lresultando em mais confusão ideológica. Com isso estamos vendo os dois polos populistas associados nos mesmos objetivos. O apoio dos dois à Rússia e a Putin neste momento é um exemplo e resultado dessa confusão. Quando vemos trotsquistas, por em geral terem bem mais preparo político teórico, ou stalinistas bem preparados, eles estão separados desta confusão de ideias. Vide o petista Marcus Sokol e alguns outros poucos no Brasil ou veja-se o grandíssimo marxista Jurgem Harbermas.

Edson Luiz Pianca.
-Não revisei. Perdão se dificultar a leituras. Por erros de gramática não peço desculpas: afinal, se não fico policiando ninguém por errinhos de escrita, vou eu me policiar por isso? Mais valem as ideias.


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