Ontem circulou uma nota na imprensa afirmando que o general Tomás Paiva, atual comandante do exército brasileiro, teria feito uma autocrítica a ministros do STF. Até então, sem surpresas, os militares estão preocupados com uma mudança no currículo das academias militares (o que não ocorrerá), por isso, agora tentam passar a imagem de bons moços.
Mas que me chamou atenção foi um outro trecho do artigo do sempre excelente jornalista, Guilherme Amado, em determinado momento do texto o artigo revela que Paiva também expressou discordância com o infame tuíte feito em abril de 2018 pelo então comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, em que ele ameaçava o Supremo caso julgasse a favor de um habeas corpus apresentado por Lula, para evitar sua prisão. E o artigo dobra a aposta afirmando que, segundo relatos, o general teria desaconselhado o general na ocasião a “tuitar daquela maneira”.
Acontece que se irmos para outra nota de outra jornalista, agora da Thaís Oyama, ela afirma que o Tomás Paiva atuou diretamente auxiliando na redação dos delinquentes tuítes que acintando contra o Estado Democrático de Direito. Segundo a sua apuração, foi Paiva que recomendou a inclusão da expressão “repúdio à impunidade”.
A nota da Thaís foi publicada em Janeiro, já a do Guilherme foi publicada ontem (6).
Me causa certa estranheza também ver mais uma nota envolvendo o general que diz ser contra a politização da caserna mas que já foi flagrado duas vezes fazendo política no quartel.
Diz ser contra a politização mas enquanto estava chefiando o comando militar do sudeste, jamais atuou para remover os acampados da frente da frente da sede do seu comando, tampouco dos quartéis próximos e que, por consequência, também estavam sob o seu comando.
Ele é o general que em 2014, permitiu que Jair Bolsonaro transformasse a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), instituição que, na ocasião, estava sob seu comando, num palanque. Sem qualquer manifestação de repúdio ou semelhante.
Dado o histórico das forças armadas brasileiras, sou levado a acreditar que talvez o general esteja mentindo. Com qual objetivo?
O mesmo que sempre guiou as forças armadas desde o seu surgimento! A perpetuação de benesses para a sua cúpula.
Mas convém reforçar a pergunta: o general Tomás Paiva estaria mentindo?!