Data – 7 de abril – este ano, reforça a importância do SUS e chama a atenção para saúde pública, universal e gratuita
Publicado em 06/04/2023 – 20h00
Por André Accarini – Redação CUT
CUT — Celebrado todo dia 7 de abril, o Dia Mundial da Saúde, em 2023 tem como tema “Saúde para todas as pessoas, um direito fundamental” e se apresenta como um chamado para que a sociedade reflita sobre o direito à saúde. Mais que isso, se engaje na luta por políticas públicas que fortaleçam o Sistema Único de Saúde (SUS). Desde sua fundação, o SUS tem sido essencial para o enfrentamento aos problemas relacionados à saúde pública e crises sanitárias como a pandemia do Coronavírus que vitimou, somente no Brasil, mais de 700 mil pessoas, além de deixar sequelas à população.
Desde o início da pandemia, o SUS mostrou sua importância tanto no combate à Covid-19 como no tratamento dos infectados, salvando milhares de vidas. Essa atuação heroica, protagonizada por profissionais de saúde em todos os cantos do Brasil, junto com cientistas e entidades representativas dos trabalhadores, em especial a CUT, se deu em um cenário de uma verdadeira campanha capitaneada pelo governo passado contra os métodos disponíveis contra a Covid, a vacina, por exemplo, e desdenhando da saúde pública, principalmente no que se refere às pessoas mais vulneráveis.
Das 700 mil mortes por covid-19 no Brasil, cerca de 400 mil seriam evitáveis se o governo Bolsonaro tivesse agido de forma eficaz para controlar o vírus, acelerando a compra e distribuição de vacinas.
Essa ‘experiência’ vivida pelo Brasil é foi ponto de partida para que tanto a CUT quanto o Conselho Nacional de Saúde (CNS) desse início a uma campanha de conscientização da sociedade sobre a importância do SUS.
O objetivo é reforçar a luta social em defesa da saúde pública, chamando a atenção para o direito universal e constitucional à saúde. “O Dia Mundial da Saúde este ano é uma convocação para que todos e todas reflitam sobre a importância de se garantir esse direito, por meio do fortalecimento do SUS e suas políticas, programas e ações de saúde”, diz a secretária de Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida Silva.
“Estamos buscamos sensibilizar para a importância de trabalhadores e das trabalhadoras, famílias e comunidades participarem mais ativamente dessa luta pela melhora das políticas públicas de saúde, que foram duramente atacadas desde o golpe de 2016”, ela reforça.
Ainda de acordo com a dirigente, para a CUT e entidades que defendem a saúde, a data é uma celebração da cidadania e do direito à vida, além de ser uma oportunidade de reafirmar o compromisso dessas entidades em lutar para que a sociedade possa “gozar do mais alto nível possível de saúde física e mental”.
7 de abril
O foco na saúde pública, defendido pelas entidades, dialoga com os princípios da Organização Mundial da Saúde (OMS). A data, celebrada todos os anos no dia 7 de abril, marca o aniversário de fundação da OMS, em 1948. A cada ano se concentra em uma preocupação específica de saúde pública.
Além de focar na jornada para alcançar Saúde para Todos, que é o tema deste ano, a OMS celebrará seu 75º aniversário sob o tema 75 anos melhorando a saúde pública.
A defesa da saúde universal e gratuita
O conceito de saúde universal e gratuita diz respeito ter políticas públicas que garantam pleno acesso da população ao SUS, o que envolve a atenção primária, média e de alta complexidade em saúde; serviços de urgência e emergência; atenção hospitalar; ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental; assistência farmacêutica, entre outras políticas públicas do SUS
A construção do Sistema Único de Saúde e a implementação de suas políticas públicas que buscam proporcionar o acesso universal à saúde, historicamente, sempre envolveram a participação da sociedade nas diversas instâncias do controle social onde a CUT tem expressiva participação, como o próprio Conselho Nacional de Saúde (CNS).
“E, neste ano, o chamado reforça a importância dessa participação”, diz Madalena Silva.
Políticas públicas
São políticas do SUS muitas formas de atendimento e atenção à saúde da população, entre elas:
– Estratégia Saúde da Família, que antes do desmonte promovido pelo governo Bolsonaro chegou a atender 60% da população brasileira;
– Programa Nacional de Imunizações, o PNI, referência mundial, que disponibiliza vacinas para as principais doenças que atacam crianças, jovens e adultos e foi responsável pela erradicação de doenças como o sarampo e a catapora, mas que também devido aos ataques e cortes de recursos do governo anterior, patinou e fez com que algumas dessas doenças voltassem a infectar a população;
– Controle do HIV/AIDS, programa que trata e acolhe milhares de brasileiros e brasileiras que vivem com HIV, inclusive com fornecimento gratuito de medicamentos. É um programa que revolucionou o tratamento no Brasil, contribuiu para a redução da velocidade da disseminação e salvou vidas
– Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, que estabelece diretrizes e estratégias que organizam a assistência às pessoas que necessitam de tratamentos e cuidados específicos em saúde mental;
– Política Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho (PNSST) que promove ambientes de trabalho saudáveis e seguros, bem como, a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da (PNSTT) e da Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) no âmbito do SUS com a implementação e fortalecimento das ações no âmbito da atenção básica e da vigilância em saúde.