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O contagiante otimismo de Lula

Exclusivo! Um resumo da coletiva de Lula para os principais jornalistas do país Por Miguel do Rosário, direto de Brasília Paulo Pimenta, à frente da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal, abriu a coletiva com autocríticas a seu próprio trabalho. Segundo Pimenta, ele ainda estaria se ambientando à nova missão, e que o próprio […]

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Café da manhã de Lula com jornalistas, 6 de abril de 2023. Foto de Miguel do Rosário.

Exclusivo! Um resumo da coletiva de Lula para os principais jornalistas do país

Por Miguel do Rosário, direto de Brasília

Paulo Pimenta, à frente da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal, abriu a coletiva com autocríticas a seu próprio trabalho. Segundo Pimenta, ele ainda estaria se ambientando à nova missão, e que o próprio presidente às vezes lhe adverte para se distanciar da postura que tinha como deputado.

“Eu assumo a responsabilidade total por eventuais erros que cometemos”, disse Pimenta, enquanto Lula assentia, rindo, com a cabeça.

Em seguida, começaram as perguntas. O encontro contou com a presença de uns quarenta jornalistas, dos principais órgãos do país, incluindoalguns portais independentes, como DCM, Fórum, 247 e Cafezinho, representados por Leandro Fortes, Mauro Lopes, Luis Costa Pinta, e este que vos fala, respectivamente.

Entre os jornalistas mais conhecidos, estavam Vera Magalhães (Cultura/Globo), Bernardo Melo Franco (Globo), Ana Flor (Globo), Julia Dualibi (Globo) Igor Gadelha (Metrópoles), entre outros. Jornalistas do Nexo, Jota, Record, também participaram.

Marcado para as 10h, o presidente chegou às 10:30 e o encontro durou até 12:00. O chefe da assessoria de imprensa de Lula, o jornalista José Chrispiniano, fazia a seleção daqueles que podiam perguntar.

Vamos resumir a entrevista em tópicos, intercalando as falas do presidente com comentários nossos.

Os temas sobre os quais o presidente discorreu mais longamente foram os desafios econômicos, a relação do governo com o Banco Central, e a guerra na Ucrânia

O presidente se mostrou otimista quanto ao crescimento econômico deste ano, alegando que a injeção de recursos via programas sociais e investimentos públicos ainda não começaram a fazer efeito. Ele lembrou que o primeiro programa a se materializar foi o novo Bolsa Família, cuja primeira parcela foi paga somente há algumas semanas.

“Os programas irão fazer diferença”, assegurou Lula.

Ele lembrou ainda que, assim que voltar da China, e após o evento de anúncio dos 100 dias, o foco do governo será a economia.

“Minha obsessão é o crescimento econômico e a geração de emprego”, disse Lula.

Lula disse que o governo prepara medidas para destravar o crédito no país, com foco em pequenos e médios empresários.

Ao falar de crédito, o presidente voltou a fazer críticas duras aos juros praticados no Brasil, os quais, segundo ele, inviabilizam novos investimentos. Disse que tem se reunido com membros do setor produtivo, e que há um consenso de que é “humanamente impossível desenvolver o país com essa taxa de juros”.

Lula lembrou que o governo deverá indicar, em algumas semanas, dois novos diretores do Banco Central, e outros dois em 2024, e que os nomes serão escolhidos segundo o “interesse do governo”. Os mandatos que já venceram, e que aguardam apenas novas indicações do governo para serem substituídos, são os de Bruno Serra Fernandes, diretor de Política Monetária, e Paulo Souza, diretor de Fiscalização.

“Não vou ficar brigando com o presidente do Banco Central”, ponderou Lula.

Ele ressaltou que não haverá nenhuma aventura, ou cavalo de pau, na economia. “Não vamos brincar com economia”, disse o presidente, após lembrar que o tamanho da economia brasileira impõe um ritmo moderado e cuidadoso nas mudanças.

“Quando você é oposição, você fala o que quer. Quando é governo, você faz o que pode”, observou o presidente, que também mencionou a necessidade de se considerar a correlação de forças no congresso e na sociedade.

O presidente assegurou que sua preocupação não é propriamente com a autonomia do Banco Central, pois os presidentes que indicou, em governos passados, sempre tiveram autonomia real.

“A autonomia não é, para mim, uma questão de princípios”, disse o presidente, explicando que sua preocupação é de ordem prática: criar um ambiente econômico mais amigável para o crescimento econômico, o que pressupõe, necessariamente, juros mais baixos.

Lula também explicou que a reforma do ensino médio não será revogada. A iniciativa do governo, de suspendê-la, tem como objetivo fazer o debate democrático com os setores diretamente envolvidos, como professores, alunos e entidades ligadas à educação, para que ela possa ser aperfeiçoada.

Alguém perguntou sobre a declaração do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que a Petrobrás deverá mudar sua política de preços, ou seja, revogar a famigerada PPI. A estatal rebateu a fala do ministro, ontem, com um comunicado seco, dizendo que não havia recebido nenhuma orientação do governo para mudar a política de preços. As ações da Petrobrás, como era de se esperar, experimetaram forte instabilidade, após a repercussão da entrevista de Silveira à Globonews.

Lula não conseguiu esconder um pouco de irritação com o que pareceu considerar indiscrição de seu ministro. Não é verdade, porém, que o presidente o “desautorizou”, como alguns jornais noticiaram.

“Fui pego de surpresa”, admitiu o presidente. Mas acabou chancelando as falas de Silveira, ao afirmar que os preços dos combustíveis precisam ser “abrasileirados”, e que isso era uma de suas promessas de campanha.

“O Brasil não tem que estar submetido a PPI”, afirmou o presidente, para não deixar dúvidas de que ele mesmo é o principal defensor, no governo, de mudar a política de preços da Petrobrás.

Lula tem procurado dar mais unidade à comunicação do governo, concentrando a divulgação das decisões mais importantes na própria presidente da república. Esse esforço vai na contramão da postura de alguns ministros, que também querem para si um pouco de protagonismo.

A irritação de Lula tem razão de ser, pois esse tipo de declaração do ministro, antes que o governo tenha formatado oficialmente uma nova proposta, gera uma instabilidade que apenas beneficia especuladores financeiros.

Outra pergunta que se repetiu na entrevista foi sobre a nova indicação para o STF. Com a oficialização da aposentadoria de Lewandowski, as especulações sobre quem será o próximo indicado se intensificam, tanto para a vaga já aberta, como para a segunda vaga, que será aberta em breve, com a aposentadoria de Rosa Weber. Lula se negou a dar qualquer pista sobre quem indicará, mas fez uma afirmação de princípios, de que o nome escolhido deverá ser alguém disposto a enfrentar as pressões da mídia.

Lula também falou sobre suas expectativas para aprovação no congresso das reformas propostas pelo governo.

Ele assegurou que está otimista de que tanto a reforma tributária quanto o novo marco fiscal deverão ser aprovados, embora admitindo que estes serão os primeiros “testes” de força da base governista.

Lula deixou transparecer um pouco mais de ansiedade sobre a reforma tributária, confessando que ela será um desafio, por mexer com a “parte mais sensível do ser humano, o bolso”, ou seja, os grupos econômicos que enxergarem, na reforma, a perspectiva de aumento de sua carga tributária, deverão fazer forte oposição.

Mas o presidente adiantou o que pode ser um ponto importante na abordagem oficial para a questão tributária: o combate à sonegação.

“A sociedade precisa entender que sonegar é crime, é corrupção”, disse Lula, levantando o tom da voz.

Em seguida, criticou a modo como os grandes sonegadores se beneficiam de um sistema extremamente leniente, e mencionou a morosidade e viés antigoverno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o famoso Carf, onde as grandes empresas conseguem adiar por tempo indeterminado as cobranças devidas.

“O governo já entra nesse jogo perdendo, e perde bilhões de reais, que poderiam ser aplicados na educação e na saúde”, protestou Lula, referindo-se aos julgamentos realizados pelo Carf. Lula reforçou que o governo precisa combater a sonegação e ampliar a base de arrecadação, de maneira a abrir espaço para redução da carga imposta ao setor produtivo.

Quanto ao Arcabouço Fiscal, Lula demonstrou mais confiança, e elogiou muito a “engenharia política” de Haddad, que costurou o projeto em conjunto com as principais forças partidárias, neutralizando, desde já, possíveis obstáculos quando for discutido e votado pelos parlamentares.

Uma jornalista da CNN, Basília Rodrigues, perguntou a Lula – em tom de reprovação carinhosa e irônica – se ele continuaria a falar em Sergio Moro e Bolsonaro. O presidente respondeu com bom humor, admitindo que Paulo Pimenta tem lhe advertido a evitar isso.

“Não tenho que falar nem na coisa nem no coiso”, brincou Lula, arrancando risadas dos jornalistas.

O presidente assegurou que o governo está preocupado em fazer investimentos focados na indústria, de maneira a elevar a complexidade da economia e aumentar a exportação de manufaturados.

“O PIB industrial brasileiro está muito baixo”, lamentou Lula.

Sobre Bolsonaro, o presidente disse que, em função do que sofreu na justiça, desenvolveu uma forte convicção sobre o valor da presunção de inocência e a necessidade de se dar um julgamento imparcial e justo a todos, inclusive a seus adversários.

Mas disse acreditar que Bolsonaro irá pagar um preço alto por seus “erros”, ressaltando que, em sua opinião, o pior crime do ex-presidente foi a maneira irresponsável com que tratou a pandemia, que matou 700 mil brasileiros, metade dos quais – lembrou Lula – poderiam ter sobrevivido caso o governo tivesse agido com mais seriedade.

“Ele negou a ciência!”

Lula também ironizou a recepção morna com que Bolsonaro foi recebido em sua volta ao Brasil.

“Agora que não tem ninguém para pagar a gasolina, não tem mais motociata”.

O presidente também discorreu longamente sobre a guerra na Ucrânia, dizendo que este será um dos assuntos que deverá tratar com o presidente da China, Xi Jinping, a se realizar nos próximos dias. Lula disse que Celso Amorim se encontrou com Putin a seu pedido, e reiterou a posição diplomática do Brasil, de condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas de, ao mesmo tempo, defender uma solução pacífica e diplomática para o conflito.

Segundo Lula, não é preciso mexer na questão da Crimeia, que pode continuar sob domínio russo, mas que não faria sentido mexer em nenhuma outra porção territorial da Ucrânia. Por outro lado, defendeu a desmilitarização e a saída de tropas e bases da Otan da fronteira entre Ucrânia e Rússia.

“Putin não pode ter território novo na Ucrânia e Zelensky tem de recuar na questão da Otan”.

A ideia de Lula é a criação de um grupo de países, incluindo China, Indonésia, o próprio Brasil, entre outros, para montar uma estratégia voltada a pôr fim à guerra.

O presidente falou da questão climática, e acrescentou um elemento novo ao debate. Ele disse que é preciso olhar o tema não apenas do ponto-de-vista da Amazônia, mas também para as periferias do Brasil, imensamente prejudicadas pela falta de saneamento, má gestão de lixo e poluição de rios.

“O debate climático precisa discutir a qualidade de vida nas periferias”.

E reiterou a necessidade de combater o desmatamento.

“Uma árvore de 300 anos é um patrimônio de todo o país. Ninguém pode derrubá-la”.

Lula lembrou, por fim, que o governo está investindo este ano, na infra-estrutura de transporte, aproximadamente R$ 23 bilhões, o que é mais – ressaltou o presidente – do que os R$ 21 bilhões que o governo Bolsonaro gastou em quatro anos de mandato.

O presidente Lula está otimista, e seu humor contagiou os jornalistas, ainda muito traumatizados pelo tratamento descortês e antidemocrático que recebiam do presidente anterior.

“Eu sempre tive sorte”, brincou Lula, ao lembrar de que seus dois primeiros mandatos foram marcados pela disparada no preço das commodities. “E ainda tenho sorte, tanto que ganhei as eleições”.

O presidente incluiu no rol de sua boa estrela a recente abundância de chuvas no país, que tem mantido os reservatórios cheios, afastando risco de escassez de água e falta de energia elétrica.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Cas

07/04/2023 - 01h29

Nossa, quanta gente estúpida, burra e desqualificada comentando aqui. Só podiam ser esses antipetistas doentios

Edu

06/04/2023 - 20h37

Lula só não consegue lavar a alma porca e fedida do antipetista mau caráter, safado. Nem usando creolina essa podridão dos robot da CARLUXA MANJA ROLEX …

Abel

06/04/2023 - 17h30

Se você tirar do Brasil aquela camada superficial artificialmente construída com aquelas palvrinhas bonitinhas que os brasileiros adoram ouvir como crianças você vê claramente que não passa de uma Cuba ou Venezuela da vida.

Quanto ao Lavador de Cuecas dos pedreiros da OAS e da Odebrecht e o aglomerado de idiotas que vem de reboque se comenta por si só.

Fernando Moreno

06/04/2023 - 17h17

Sensacional resumo da coletiva com o Presidente Lula.
Parabéns, Miguel do Rosário.

Lemos

06/04/2023 - 15h57

O lavador de dinheiro público já deu ordem a “inpremça” de espalhar Brasil afora que as faxineiras voltaram a viajar para Disney comendo picanha de Wagyu em primeira classe ou ainda tá cedo ?? Kkkkkkkkkkkk

Romeu

06/04/2023 - 15h54

Preparem o bolso idiotas que a conta vem salgada e a dívida posterior mais ainda.

OBS: a sonegação fiscal é o que mantém vivas as economias de metade dos países da Terra, talvez mais.

Alexandre Neres

06/04/2023 - 15h38

É tempo de alegria, afinal de contas conseguimos respirar ares democráticos. Ficamos à beira e espreitamos o abismo, vivenciamos um período sinistro que nos confrangeu a todos. Graças à eleição de Lula por uma vantagem monstruosa, haja vista a atuação do Ministro da Justiça Anderson Torres, nos livramos de boa.

Às vezes nossa felicidade é abafada porque pessoas mal-intencionadas tentam estabelecer termos de comparação entre o melhor e o pior presidente da nossa História. Ao agirem assim, tentam normalizar a conduta do mitômano genocida, fazendo o papel de advogados da extrema-direita.

Ninguém espelha melhor essa atitude aqui nesse Portal do que o senhor Edson Luiz. Eu vários comentaristas instamos esse senhor a apresentar as provas que condenaram Lula no processo do tríplex, amplificando o repto de Reinaldo Azevedo, mas o gaiato tergiversou, se esquivou como um rato e nada trouxe. Repete apenas umas frases feitas de 1×0, 3×0 e 5×0, parecidas com as que sejumorto repisa quando também é acossado, mas prova que é bom não há. Tudo isso fez com que esse senhor perdesse por completo a credibilidade e doravante será alvo apenas de chacota.

Hoje na Folha o jurista Conrado Hubner escreveu um artigo fazendo um balanço sobre os 100 dias do governo Lula, que é um analista crítico não só do governo como também do Grupo Prerrogativas, que ilustra bem porque a posição desse senhor a quem me referi acima é a de um rematado canalha. Eis o artigo:

100 dias de civilidade – CONRADO HÜBNER MENDES
Balanço de erros e acertos do governo Lula não pode perder de vista o essencial

A erosão democrática precisa da nossa preguiça. Precisa de nossos juízos apressados, nossas comparações do incomparável, nossos vícios de perspectiva, nossos erros de categoria e de análise. Precisa de memória atrofiada, de curto e de longo prazo.

O programa de autocratização do governo Bolsonaro pediu que confiássemos no “risco-zero” da democracia e na promessa de que esse regime “modera” sociopatas. Pediu que os poderes “dialogassem” dentro das “quatro linhas” sob “moderação” das Forças Armadas.

Jornais hesitaram em usar as palavras certas para reportar o que viam. Extremistas eram “manifestantes”, mentir equivalia a “declarar”, delinquência se parecia com “polêmica”, violação passava por “excesso”, crime por “controvérsia jurídica”.

Tentaram assegurar voz ao “outro lado”, mesmo que esse lado fosse imune à experiência sensorial da Terra redonda e do vírus, ou à experiência moral da violência e da indignidade radical. Tudo em nome de um pluralismo às cegas que vai corroendo as condições de possibilidade do próprio pluralismo. De uma tolerância sem critério que vai exaurindo a sustentabilidade da tolerância.

Cientistas políticos e juristas observavam a paisagem de instituições mal funcionando e davam baforadas antialarmistas de seus gabinetes. Depois que Bolsonaro perdeu a eleição, um prêmio que a fortuna nos reservou, celebraram o acerto do prognóstico. Contudo, não foram essas pílulas tranquilizadoras que nos salvaram, por enquanto, do pior.

Os três meses de governo Lula já nos deram amostras do que a análise política brasileira pode fazer. Lula faz críticas ao Banco Central. Aparece o economista e contrasta com as ameaças feitas por Bolsonaro ao STF. Lula especula, de modo pouco responsável, armação do juiz que o condenou ilegalmente à cadeia. Aparece o texto para gritar que “se iguala ao pior do bolsonarismo e suas teorias da conspiração”. Governo Lula patina no trato com o Congresso. Está “sem rumo, sem agenda”.

Nesses três meses, o governo federal voltou a cumprir decisões judiciais que vinham sendo ignoradas por Bolsonaro (terras indígenas, por exemplo). Cumpriu a lei e implantou programa de dignidade menstrual, ignorado pelo anterior. Revogou decreto de armas. Produz normas para combater o garimpo ilegal e o tráfico de ouro. A sociedade civil tem sido recebida em ministérios. A ciência, a docência e a cultura voltam a experimentar liberdade e recursos.

Melhor começar a perceber as diferenças comensuráveis e incomensuráveis com os últimos quatro anos. Melhor refinar a escala de indicadores, porque a ligeireza das comparações custa caro.

Nossa dificuldade de reconhecer e sancionar a enormidade de Bolsonaro tem história: o plano terrorista em 1987, a defesa de fuzilamento de Fernando Henrique nos anos 90, o elogio a torturador confesso em 2015, o “vai pra ponta da praia” em 2018, o “não sou coveiro” e “filmem as UTIs” em 2020, o “não vou obedecer” em 2021, as interferências no processo eleitoral em 2022, o 8 de janeiro de 2023. E a holística corrupção familial.

Em seu governo faltou oxigênio, não só para a respiração pulmonar. Não se respirava nem a expectativa de segurança existencial. Não se respirava futuro, apenas medo do futuro sob a liderança de quem ascendeu sob a promessa de exterminar desafetos e suprimir minorias.

Quando o bolsonarismo deixar a violência e o ataque às liberdades, como desejou editorial desse jornal, deixa de ser bolsonarismo. Vira outra ontologia. Bolsonaro não liderou um governo, uma racionalidade institucional, uma política pública sequer. Foi capaz de realizar nada exceto a política de liberação, negação e agressão. Como poderia liderar uma oposição?

Não há razão para aliviar a crítica justa ao governo Lula. Há razão para fazer crítica ainda mais dura, quando cabível. Desde que se tenha consciência de qual o valor em jogo. Porque crítica justa precisa ter um horizonte normativo e histórico. Um norte e um sul.

Em 2003, Lula tinha desafios para a continuidade de um governo do PT e de políticas públicas inclusivas. Em 2023, Lula tem desafios de continuidade democrática. Vinte anos atrás, erros custariam o governo. Erros, agora, podem custar o regime.

O resgate da civilidade e da normalidade possíveis, nesses cem dias, e o esforço de reocupar com competência burocrática um Estado vandalizado pela delinquência autocrática, não podem ficar de fora de qualquer balanço.

Ugo

06/04/2023 - 15h09

Deixou de lembrança um pentelho do escroto para cada pseudo jornalista presente levar para casa e mostrar para os familiares…?? Kkkkkkkk

Propaganda não é jornalismo viu …

Tony

06/04/2023 - 15h04

Lula está dizendo aos brasileiros o que são crimes e corrupção…?!?! Kkkkkkkkkk

Aliás…que dia este porco vai pagar o que está devendo a receita e devolveu o dinheiro que ele e o bando de ratos dele levaram do brasileiros ?

Ronei

06/04/2023 - 15h01

A pelegada foi até Brasília para receber as tarefas de casa a serem cumpridas durante as férias de Páscoa.

Dudu

06/04/2023 - 15h00

Lula é um insulto a civilização humana, o retrato da falência civil e cultural do Brasil…uma tristeza sem fim.


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