Nesta sexta-feira, 31, o papa Francisco declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima de perseguição política e que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi injusto.
Em entrevista a rede argentina C5N, Francisco afirmou que “o lawfare abre caminho nos meios de comunicação” e que com isso “deve-se impedir que determinada pessoa chegue a um cargo”.
“Então, o pessoal o desqualifica e metem a suspeita de um crime. Então, faz-se todo um sumário, um sumário enorme, onde não se encontra [a prova do delito], mas para condenar basta o tamanho desse sumário. ‘Onde está o crime aqui?’ ‘Mas, sim, parece que sim…’ Assim condenaram Lula”, explicou o papa.
Já sobre Dilma, o pontífice destacou que ela teve o mandato cassado por um “ato administrativo menor” e é “uma mulher de mãos limpas, uma mulher excelente”. A falta de comprovação do crime de responsabilidade contra Dilma levou Francisco a dizer que “às vezes, a fumaça do crime te leva ao fogo, outras vezes é uma fumaça que se perde porque não há fundamento”.
O papa também lembrou que “inocentes são condenados” e que “no Brasil, isso aconteceu nos dois casos”, com Lula e Dilma. Por fim, o papa disse que “os políticos têm a missão de desmascarar uma Justiça injusta”.