Ministro afirmou que taxas são estratosféricas e que precisam ser reduzidas, tal como se deu com o crédito consignado
Publicado em 31/03/2023 – Atualizado em 31/03/2023 – 19h52
Por O Tempo Brasília
O Tempo — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (31) que o governo federal trabalha em um grupo de estudos para limitar a cobrança de juros do rotativo do cartão de crédito, assim como foi feito com o crédito consignado. De acordo com Haddad, embora a alta da Selic seja um problema, também o chamado spread bancário precisa ser enfrentado. As declarações foram dadas em São Paulo, onde o ministro cumpriu agendas nesta sexta-feira (31).
“Nós fizemos isso com o crédito consignado. O crédito consignado estava sendo praticado na casa de 2,11% por grandes bancos e nós fixamos um novo teto que é de 1,97% e os bancos todos voltaram a emprestar a 1,97%. Então, o governo tomou providência de salvaguardar a economia dos nossos aposentados que em toda renovação de empréstimo consignado estavam pagando taxas exorbitante. E estamos com um grupo de estudos pro rotativo agora. É outro abuso que é cometido”, afirmou Haddad.
O ministro, que se encontrou com representantes do banco Santander nesta sexta, afirmou que as taxas hoje praticadas são inexplicáveis.
“Eu falava aqui com um representante de bancos: ‘Isso é ruim até pra imagem de vocês’. Pois é uma coisa que não tem explicação. Você não consegue explicar nem no Brasil nem no exterior uma taxa praticada disso. Independenmente de estar alta taxa Selic do Banco Central, o rotativo nao é que está alto. Está estratosférico. E nós precisos tomar providência para trazer isso a bom tempo”, disse.
Haddad afirmou que isso aconteceu já no passado com o cheque especial, “que ainda é alto, mas foi modulado”. Segundo ele, ainda há espaço para cair o juro do cheque especial. “Mas no caso do cartão de crédito, sobretudo do juro rotativo, é uma exorbitância que precisa ser corrigida”, reforçou.
Haddad afirmou que, em maio, o governo deve ancuniar em torno de 12 medidas na área de crédito.
“Isso vai desde aval para PPPs, que são grandes investimentos de infraestrutura, passam por debêntures que não pagam imposto de renda, até garantias que são dadas no sistema de crédito, para baixar o chamado spread, que é quanto juro se cobra a mais do que ele paga de captação”, afirmou.
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