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Deputados argentinos criticam presença de Moro em evento da extrema direita em Buenos Aires

Ele elogiou presidenciável marcada por perseguir povos indígenas da Patagônia, quando era ministra da Justiça Publicado em 28/03/2023 – 19h15 Por Fernanda Paixão – Brasil de Fato – Buenos Aires, Argentina Brasil de Fato — Políticos da direita regional se reuniram em Buenos Aires nesta semana, com a presença de ex-presidentes, para o aniversário de […]

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Ele elogiou presidenciável marcada por perseguir povos indígenas da Patagônia, quando era ministra da Justiça

Publicado em 28/03/2023 – 19h15

Por Fernanda Paixão – Brasil de Fato – Buenos Aires, Argentina

Brasil de Fato — Políticos da direita regional se reuniram em Buenos Aires nesta semana, com a presença de ex-presidentes, para o aniversário de 35 anos da Fundação Libertad, centro de estudos de direita na Argentina. Criticado por deputados progressistas do país, o ex-juíz e atual senador Sergio Moro compareceu ao evento, e aproveitou a noite de gala, que aconteceu na noite desta segunda-feira (27), para dirigir elogios à possível candidata à presidência no país, Patricia Bullrich, por seus anos como ministra da Justiça do governo de Mauricio Macri – outro presente no evento.

“Um cumprimento especial à nossa amiga Patricia Bullrich”, disse Moro. “ Eu me considerava um ministro linha dura. Quanto estive aqui em Buenos Aires a convite da ministra, pude ver que ela também era uma ministra linha dura contra a criminalidade”, destacou o ex-juíz, que foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Ele disse não querer “interferir na política argentina”, mas enfatizou estar “de olho nas eleições” que acontecem este ano no país.

A gestão de Bullrich foi marcada por políticas de repressão no país, tendo impulsionado a perseguição dos povos indígenas da Patagônia, zona rica em recursos naturais de interesse de multinacionais.

Deputados da coalizão governista Frente de Todos repudiaram a presença de Moro pela interferência que empenhou no processo democrático no Brasil. “Não surpreende que esse personagem apareça ao lado de Macri”, destacou o deputado portenho Juan Manuel Valdés. “Ambos manipulam a Justiça com fins políticos”, escreveu em sua rede social. Valés destacou que o encontro tratava-se do “simpósio da Fundação mal chamada Liberdade, quando abarca tudo de mais retrógrado do pensamento latino-americano”.

A deputada María Bielli também se pronunciou sobre a presença de Moro em Buenos Aires, repudiando a presença do ex-juíz que fez com que Lula “passassse 580 dias preso e sem poder se candidatar à eleição no Brasil”. “Hoje Moro esteve na Legislatura, convidado pelas mesmas pessoas que usam os tribunais daqui para proscrever Cristina [Fernández de Kirchner]”, acrescentou a legisladora.

Articulação da direita

O evento também contou com a presença dos oradores convidados Sebastián Piñera, ex-presidente do Chile, Felipe Calderón ex-presidente do México, Jorge Quiroga, ex-presidente da Bolívia. Figuras da direita espanhola também compareceram e discursaram no evento, como a deputada espanhola Cayetana Álvarez de Toledo, do conservador Partido Popular e a presidenta da Comunidad de Madri, Isabel Díaz Ayuso, do mesmo partido, negacionista da emergência climática. O Partido Popular rompeu há poucos dias com o partido de extrema-direita Vox, corrente que articula com a extrema direita e negacionista mundial nos últimos anos.

Abundam menções de repúdio às políticas e movimentos progressistas na região. O presidente da Fundação, Gerardo Bongiovanni, destacou a “necessidade da união da direita latino-americana para derrotar o Foro de São Paulo”.

O ex-presidente argentino Mauricio Macri compareceu na noite de gala, um dia após ter publicado um vídeo desistindo de sua candidatura à presidência. Com alta rejeição, o ex-presidente e magnata contraiu a dívida de US$ 45 bilhões (cerca de R$ 232 bilhões) que mantém a Argentina condicionada ao Fundo Monetário Internacional.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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Nelson

29/03/2023 - 22h30

Surpresa nenhuma.

Eleito com todo o apoio dos Estados Unidos, Maurício Macri empenhou-se em destruir tudo o que foi (re)construído com muito esforço pelos Kirchner, Néstor e Cristina, em 10 anos, desde 2005. Macri acabou com o projeto nacional de desenvolvimento impresso ao país pelo casal. Um projeto nacional bem tímido, mas, ainda assim, intolerável para os EUA.

Como resultado de toda a destruição imposta em apenas quatro anos de (des)governo, Macri legou ao povo argentino uma dívida externa monstra que obrigou o país a ajoelhar-se perante o FMI outra vez.

Já Sérgio Moro foi escalado pelos EUA para contribuir decisivamente para o golpe de Estado de 2016 por meio da Lava Jato e seu suposto combate à corrupção. Desmantelando a Petrobras, empreiteiras e outros setores, em nome desse combate à corrupção, Moro seria decisivo para que se desse um fim no projeto nacional de desenvolvimento, bem tímido, impresso pelos governos do PT.

Então, como serviçais do Sistema de Poder que domina os Estados Unidos, é natural que Macri e Moro, e outros, se encontrem para seguirem tramando safadezas a serem aplicadas contra os interesses de seus povos.


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