A meta da inflação pode deixar o “rei” nu

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, exibindo a nova cédula de R$ 200. Foto: BCB/divulgação.

O governo Lula, infelizmente, não vai conseguir derrubar o presidente do Banco Central, o melhor caminho seria ir pelo desgaste e isolamento do presidente, mas como isso seria possível?

Conversando com o economista Luiz Persechini, chegamos numa mesma conclusão: com uma meta de inflação em 3%, quando todo mundo no resto do mundo consegue sofre para chegar nisso, é algo irreal e acontece que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, só consegue deixar os juros nas alturas por ter em um dos seus argumentos, essa irreal meta de inflação.

E quem define a meta da inflação? O Conselho Monetário Nacional (CMN) que é composto por Roberto Campos Neto, Simone Tebet e Fernando Haddad.

Isso somado ao novo arcabouço fiscal, deixaria o presidente do Banco Central sem desculpas para continuar quebrando a economia no Brasil, principalmente porque tanto Europa quanto Estados Unidos hoje estão com juros negativos, o que se torna estapafúrdio afirmar que a medida é tomada por conta de outros países.

Além disso, deixaria ainda mais evidente que Roberto Campos Neto quer desacelerar o crescimento de uma economia que já está prevista para crescer menos de 1%.

Recomendo que Tebet e Haddad trabalhem para que a meta da inflação vá para 4% ou 5%, seria o suficiente para criar a sensação de que “o rei está nu”.

Aí sim poderíamos contar nos dedos para ver quanto tempo Roberto Campos Neto consegue manter a independência do Banco Central em relação ao resto do Brasil.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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