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Pesquisa de Cuba sobre doença neurodegenerativa recebe prêmio

Pesquisa que usa inteligênica artificial para prever o avanço da ataxia é reconhecida internacionalmente Publicado em 26/03/2023 – 11h32 Por Gabriel Vera Lopes – Havana (Cuba) Brasil de Fato — Apesar das dificuldades impostas por mais de 60 anos de bloqueio, Cuba é uma referência internacional no desenvolvimento da ciência. Ao contrário de outros países, […]

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Universidad de Camaguey/Direitos Reservados

Pesquisa que usa inteligênica artificial para prever o avanço da ataxia é reconhecida internacionalmente

Publicado em 26/03/2023 – 11h32

Por Gabriel Vera Lopes – Havana (Cuba)

Brasil de Fato — Apesar das dificuldades impostas por mais de 60 anos de bloqueio, Cuba é uma referência internacional no desenvolvimento da ciência. Ao contrário de outros países, este desenvolvimento não se baseia na indústria militar ou na busca de rentabilidade corporativa. Pelo contrário, ela é impulsionada pela busca de soluções de problemas sociais.

Essa prioridade foi destaca pela premiação da cientista cubana Yailé Caballero Mota. Integrante da Academia Mundial de Ciências e Diretora de Relações Internacionais da Universidade de Camagüey, Mota foi uma das agraciadas com o Prêmio Sofia Kovalevskaya por sua pesquisa sobre ataxia, uma doença neurodegenerativa causada principalmente por danos à parte do cérebro que lida com movimento, coordenação e equilíbrio. É uma enfermidade hereditária e degenerativa do sistema nervoso. As manifestações mais frequentes são instabilidade postural, cãibras musculares, distúrbios cognitivos, anomalias do sono, etc.

“Estou muito orgulhosa de ter recebido o Prêmio Sofia Kovalevskaya. Recebo este prêmio em nome das mulheres cientistas e especificamente daquelas de nós que contribuem para as ciências matemáticas e da computação. Penso que além de me sentir muito orgulhosa de ter recebido o prêmio, isso também representa um compromisso e novos desafios com meu grupo de pesquisa, com meus alunos, para contribuir cada vez mais para o desenvolvimento da sociedade através de nossa ciência, que é a inteligência artificial”, afirma a cientista em entrevista ao Brasil de Fato.

Mota faz parte de uma equipe que pesquisa e desenvolve o estudo de técnicas inteligentes na aquisição de conhecimentos sobre a ataxia.

“Realizamos o estudo de técnicas inteligentes na aquisição de conhecimento sobre ataxias, devido à gravidade desta doença e sua prevalência no país, especialmente na região leste. Nesta pesquisa, técnicas inteligentes são utilizadas para prever a progressão do SCA2 [um tipo de ataxia], analisando dados de seu avanço em um grupo de pacientes e [em um grupo de] controle, utilizando métodos baseados em protótipos”, diz.

A premiação da Unesco é um incentivo para mulheres cientistas de países de média e baixa renda. O nome do prêmio é uma homenagem à matemática russa, socialista e feminista Sofia Vasilievna Kovalevskaya (1850-1891), que foi a primeira mulher a ser professora de matemática na Europa.

Mota é pioneira em diversas áreas de pesquisa na ilha. Nascida em uma família médica, ela comenta que desde cedo se interessou por matemática. Foi este interesse que a levou a estudar informática, uma das ciências que mais se transformou nos últimos anos. “Quando eu estava estudando, os computadores ocupavam salas inteiras, eram estas máquinas gigantescas”, ela se lembra com um sorriso ao apontar para seu telefone celular, um pequeno computador que ela guarda no bolso.

Na Clínica do Sono do Centro de Neurociência Cubano, ela fez sua tese de graduação, desenvolvendo um gerador automático de regras para a classificação dos estágios do sono. Pouco depois de apresentar sua tese, ela entrou para o grupo de pesquisa de Inteligência Artificial da Universidade de Camagüey. Há 20 anos, ela lidera esta equipe, com a qual desenvolveu aplicações inteligentes para a solução de problemas em áreas como meteorologia, engenharia civil, biotecnologia, desenvolvimento turístico, saúde, produção de alimentos, educação, gestão eficiente de energia, entre outras.

Os rápidos desenvolvimentos da inteligência artificial em campos tão diversos como criação artística, comunicação ou medicina estão gerando grandes debates sobre o uso destas tecnologias. Muitas opiniões estão divididas entre aqueles que rejeitam estas tecnologias e aqueles que argumentam a favor.

Mota avalia que o Estado deve ter o controle dos usos da ferramenta, através de regulamentos e convenções. Ela argumenta que o livre uso do mercado pode levar a desenvolvimentos negativos.

“Um exemplo da aplicação de nossa pesquisa foi a aquisição de conhecimentos sobre a letalidade da covid-19. Assim que a pandemia começou em nosso país, utilizando técnicas de inteligência artificial, fomos detectando os padrões, as variáveis que poderiam levar ao desenvolvimento fatal desta doença. E foi precisamente com técnicas de inteligência artificial. Em outras palavras, muitas contribuições foram feitas ao conhecimento a partir da inteligência artificial para interpretar a doença, para combater a pandemia” afirma.

A ciência tem o nome de uma mulher

A cientista afirma que Cuba “é um país que confia nas mulheres” e destaca o aumento da participação feminina nas candidaturas para a Assembleia Nacional, mas ressalta que o preconceito é uma realidade da sociedade cubana: “Ainda há brechas e barreiras na sociedade que precisam ser superadas”.

Ela lembra que quando cursou seus estudos universitários, eram muito poucas as mulheres que estudavam com ela. Em geral, a ciência parecia ser algo reservado aos homens. Entretanto, ela observa que isso começou a mudar nos últimos anos. Mota agora ensina na mesma universidade onde estudou, e ela diz que tem um número crescente de mulheres estudantes. No entanto, embora tenha havido avanços importantes, ela aponta que “ainda hoje encontramos pessoas machistas que não conseguem reconhecer a liderança das mulheres no local de trabalho e na profissão”.

Edição: Thales Schmidt

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EdsonLuíz.

27/03/2023 - 19h43

Extrema-esquerda e extrema direita possuem várias coisas em comum. Por mais diferenças que tenhamos com as duas extremas políticas, elas são visões de mundo reais e, portanto, legítimas para participar do debate democrático, que só se enriquece com a diversidade.

Porém, no Brasil, o que temos é quase fumaça dessas vertentes ideológicas extremistas. Mesmo os sabores ideológicos de esquerda e direita no Brasil são incipientes.

Quem se apresenta e se reivindica de esquerda ou de direita no Brasil e tem, infelizmente, muita expressão, são duas forças políticas populistas, fenômenos sociais e eleitorais que, a rigor, não possuem correta localização no espectro político.

Há, no Brasil, o PT, que se reivindica ‘de esquerda’, e nele uma hegemonia populista liderada por Lula, com extensão em alas de outros partidos políticos; e há, também, um grupo de partidos, com maior corpo o PP, PL e Republicanos, que se reivindicam ‘de direita’, mas hoje estes partidos e seus filiados são, em grande parte, seguidistas do populismo de Jair Bolsonaro.

Do mesmo modo que os extremos políticos possuem várias identidades comuns, os populismos, independentemente dos sinais que reivindicam, ss parecem mais ainda. Há poucas coisas tão parecidas entre si quanto a estrutura mental e as práticas de um lulista e de um bolsonarista, quando são ‘raiz’!.

De esquerda sou eu, embora não reivindique esta posiçào por não mais considerar a ideologia para definir e explicar a vida.

Alexandre Neres

27/03/2023 - 14h23

Mereceria um estudo psicanalítico de fôlego a fixação que a extrema-direita tem com Cuba, é algo assaz sintomático, ao passo que são bem condescendentes com os ditadores sanguinários amigos do Rei Biden.

yuri

27/03/2023 - 12h28

Se a situaçào dos brasieliros, argentinos,ecc..é tragica a dos cubanos e dos venezuelanos chega a dar dò.

EdsonLuíz.

27/03/2023 - 11h58

E o mais duro é ver um grupo de aristocratas medievais autoritários, ditadores que são, condenando todo um povo a dificuldades materiais; seus apoiadores, de onde sejam, são cúmplices!

Se os que fazem a resistência em Cuba (e fazem o enfrentamento de qualquer estrutura ditatorial e covarde), lança mão de ironias, é bem compreensível sim.

Submetidos a ditadores paspalhões, condenados à dificuldades materiais e com direito apenas a o obedecer calados, sem vida, sem chance, sem remédio, sem comida, e vendo por toda a vida o poder opressor contar mentiras para o mundo até na delicadíssima área da saúde, só lhes resta a ironia.

Tony

27/03/2023 - 09h29

Cuba é uma referência internacional no desenvolvimento da ciência. …kkkkkkkkkkkkkkkkkk

A ultima coisa que os “cubando descobriram” foi o veneno de um escorpiao que supostamente curava o cancer (matava antes da hora) e pouco tempo atras alguma ourta cretinice para cura a Covid…

Até Boulos falou sobre isso…pra voce ver a que ponto de imbecilidade chega essa gente…

Luiz Cláudio Pedroso da Fonseca

27/03/2023 - 01h18

A busca pela qualidade de vida não merece ironias, e as dificuldades materiais de um país tendem a aprofundar e universalizar os ganhos.

EdsonLuíz.

26/03/2023 - 20h50

▪É preciso tomar muito cuidado com essas premiações divulgadas por regimes autoritários, porque costumam ser propagandas.

Lembram a “CURA” para vitiligo com um remédio cubano à base de placenta?
▪Proibido anos depois em todo o mundo, ainda bem que aqui no Brasil a proibição do remédio veio –tardiamente, mas veio– durante a gestão Lula/Dilma4.

Se a proibição aqui no Brasil não houvesse sido durante um dos quatro mandatos anteriores de Lula, os petistas, alucinados como são e com suas mentezinhas agarradas em teorias conspiratórias, iriam ficar repetindo até daqui a cinco séculos que a proibição do remédio cubano foi para não reconhecer os “avanços” da ciência de Cuba.

EdsonLuíz.

26/03/2023 - 20h43

Será que desta vez dá para acreditar?

▪Avanço científico é sempre importante e não pode ter cor ou saber político. Se nesse caso desse medicamento, pela 1ª vez for verdade a descoberta anunciada por uma instituição em ditadura, quem ganha sempre é o ser humano, com esses desenvolvimentos. Tomara que desta vez seja verdade! Seria bom outros lugares diferentes dos tradicionais aparecerem com desenvolvimentos que contribuem para a saúde e bem estar.

▪Sobre “bloqueio a Cuba”,, caso alguém se inteire melhor e analisar os fatos e as causas do “bloquei” ele pode vir a mudar bastante a opinião sobre isso e verificar que se trata mais de uma propaganda típica de regimes autoritários para desviar a atenção dos próprios fracassos.

Paulo

26/03/2023 - 20h06

Parabéns a ela, antes de mais nada! Agora, como assim, ainda subsiste o odioso machismo num país tão avançado, com uma obra de engenharia social tão prodigiosa e bem sucedida (rsrs)? Por sinal, só não mais bem sucedida por conta desse igualmente odioso “embargo” americano. Ah, esses Istaites!


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