Sputnik – As declarações de Washington e Londres sobre o desejo de paz na Ucrânia e de quererem o bem do povo ucraniano são falsas, porque o seu verdadeiro objetivo é a destruição da Ucrânia, disse hoje (22) Maria Zakharova, representante oficial da chancelaria da Rússia comentando a intenção de Londres de fornecer munições com urânio empobrecido a Kiev.
Os planos britânicos de entregar munições com urânio empobrecido a Kiev são mais uma provocação altamente insensata de Londres, afirmou Maria Zakharova, representante oficial da chancelaria russa.
“Esta é uma questão de total insensatez, irresponsabilidade e impunidade da dupla anglo-saxônica, de Londres e Washington nos assuntos internacionais”, disse Zakharova à Sputnik.
“Esta é mais uma provocação britânica que visa levar a situação em torno da Ucrânia para uma nova rodada de agressão, de confronto, fazendo essa agressão adquirir uma dimensão qualitativamente diferente”, ressaltou ela.
“Tudo o que ouvimos desses países da OTAN, liderados pelos EUA e pelo Reino Unido, sobre a paz, a regularização, o futuro da Ucrânia, o bem-estar do povo ucraniano, é tudo mentira, falsidade, um engano, uma completa desorientação da comunidade mundial. Na verdade, o objetivo é completamente diferente”, afirmou Zakharova à Sputnik.
A intenção do Reino Unido de entregar munições de urânio empobrecido a Kiev demonstra a intenção aberta do Ocidente coletivo de destruir completamente a Ucrânia, ressaltou a diplomata.
“Hoje não temos dúvidas de que se trata, de uma maneira ou de outra, da clara intenção do Ocidente coletivo, liderado pelos EUA e Reino Unido, de simplesmente destruir a Ucrânia. Após o anúncio da intenção de entregar munições de urânio empobrecido, toda essa conversa sobre eles desejarem o bem futuro da Ucrânia termina aqui”, disse ela.
O uso de munições de urânio empobrecido significa o genocídio da população contra a qual tais armas são usadas, declarou Zakharova.
“No fundo, o uso de munições de urânio empobrecido significa o genocídio da população contra a qual são usadas e contra a população que as usa. Ou seja, todos que vivem nesse território, os que lá estão ou estão nas áreas mais próximas, recebem uma certa dose de radiação, e isso não é um problema de curto prazo. Eles vão viver com isso para sempre, em primeiro lugar, aqueles que usaram [as munições]”, disse Zakharova à Sputnik.
Ela também recordou a situação na Sérvia em 2016, quando 22 mil pessoas morreram de câncer após o uso de munições de urânio empobrecido no bombardeio da Iugoslávia, a maior taxa de sempre desta doença em uma determinada população.
Nesta terça-feira (21) o Reino Unido anunciou planos de fornecer tanques Challenger e munições com um núcleo que contém urânio empobrecido.