Durante sua participação no seminário do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista estadunidense Jeffrey Sachs, que é professor da Universidade Columbia e diretor do Centro para o Desenvolvimento Sustentável, também criticou a alta taxa de juros no Brasil, estipulada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Sachs disse que o Brasil sofre com essas taxas altíssimas. Segundo ele, os atuais níveis de juros não podem ser justificadas pela situação fiscal do país. O economista também destacou que não é momento de austeridade fiscal e defendeu, principalmente, a expansão dos investimentos públicos, para que a economia brasileira saia da situação ‘empacada’.
“O Brasil é punido por taxas de juros altíssimas, por políticas de juros altos do Banco Central, que acho muito difíceis de explicar. […] A situação fiscal do Brasil é totalmente distorcida através de juros extraordinariamente altos. Eu diria que são altos não pelos fundamentos fiscais. Um desses motivos são as políticas do Banco Central, que manteve juros altíssimos”, declarou o economista.
Nobel de economia critica taxas de juros
O economista e professor Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001, criticou duramente a taxa de juros no Brasil. Ele avaliou como “chocante” e que pode ser considerada uma “pena de morte”. Ele destacou a ação dos bancos públicos na sobrevivência da economia brasileira.
Vale lembrar que Stiglitz participou do seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O evento teve apoio do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Durante sua fala, o economista criticou a condução do Banco Central, por parte de Roberto Campos Neto, mas sem citá-lo nominalmente. “Um Banco Central independente e com mandato só para inflação não é o melhor arranjo para o bem estar do país como um todo”, disse Stiglitz.
“A taxa de juros de vocês (Brasil) é de fato chocante. Uma taxa de 13,7%, ou 8% real, é o tipo de taxa de juros que vai matar qualquer economia”, lembrou o economista. “É impressionante que o Brasil tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte. E parte da razão disso é que vocês têm bancos estatais, como o BNDES, que tem feito muito com essas taxas de juros, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de longo prazo com juros menores”, completa.
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