No final de semana tivemos a estreia de uma série chamada “futuro do bolsonarismo”, se de um lado o governo vem sendo duramente malhada em apenas 3 meses de governo por “demorar” demais para lançar um novo arcabouço fiscal do outro já é hora de falar sobre o futuro do extremismo no Brasil.
Os principais veículos de imprensa do país se dedicaram cobrir desde um pastor que “defende agenda conservadora na ALESP” até quem é o colega de cela de Daniel Silveira.
Já na semana passada as notinhas com destinatário e endereço certo dos generais do Brasil haviam voltado, depois a coisa só degringolou.
Até mesmo as atividades “empreendedoras” da ex-primeira dama, Michele Bolsonaro, ocuparam longos espaços em mais de um veículo, como se todos tivessem recebido um release direto da assessoria de imprensa e publicassem de forma completamente acrítica, como se fosse algo que hoje é conhecido como “publipost”, um conteúdo de viés informativo mas que na verdade é uma publicidade.
Do outro lado, articulistas aplaudiam largamente a PEC planejada pelo Ministro da Defesa para mandar militares que disputarem eleições para a reserva sem qualquer contraponto, sem ouvir especialistas ou analisar melhor o caso.
Antes disso, não faltaram largos elogios ao atual comandante do exército brasileiro, general Tomás Paiva que pela segunda vez foi flagrado fazendo política dentro do quartel enquanto dizia que era contra a atividade político-partidária nas forças armadas (risos).
Desde o início deste ano, falo com segurança que sou uma voz solitária dentro da imprensa nacional (seja ela independente ou não) que acompanha de perto o descalabro do extremismo de direita dentro das forças armadas, fazendo seguidos alertas para as ameaças que ainda pairam sob a República: a mais absoluta falta de controle dos generais das três forças armadas e ingerência de José Múcio Monteiro no Ministério da Defesa.
Enquanto isso, articulistas vociferavam de forma raivosa conta qualquer um que criticasse Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central mas não questionavam o aterrador fato de que o Banco Central virou um mero homologador do boletim Focus, um boletim que jamais acertou coisa alguma. Tão errôneo que poderia ser chamado de Boletim Paulo Guedes.
É triste ver os maiores e mais tradicionais veículos de imprensa do país virando um meros diários da extrema direita e ao mesmo tempo voltando para 1964, quando alguns emprestavam seus carros para sequestrar pessoas e, por consequência, para assassinatos e torturas….