Nesta segunda-feira, 20, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), Josué Gomes da Silva, afirmou que as taxas de juros no Brasil são “pornográficas” e incompatíveis com a situação fiscal.
As duras críticas foram durante seminário no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. Josué também defendeu uma reforma tributária que diminua a carga sobre a indústria, como já é feito no agronegócio.
“É inconcebível a atual taxa de juros hoje no Brasil”, disse. O mandatário da FIESP também lembrou que com uma dívida bruta equivalente a 73% do PIB, e com reservas internacionais de US$ 370 bilhões (R$ 1,9 trilhão), o Brasil não pode ser considerado um país com problema fiscal.
“Não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros do Brasil”, emendou. “Se não abaixarmos [os juros], de nada adiantará fazermos políticas industriais. Porque as principais políticas industriais, aquelas que são mais horizontais e, portanto, atingem o conjunto da economia, são justamente uma taxa de juros compatível e, obviamente, uma reforma tributária que crie isonomia entre os setores”, completa.
Por fim, Josué defendeu que “qualquer estratégia para o desenvolvimento nacional passa por uma nova industrialização do Brasil”. O discurso está alinhado com os posicionamentos do presidente do BNDES, Aloízio Mercadante.