Sputnik – O chanceler alemão Olaf Scholz pode não conseguir manter o apoio público na Alemanha para armar Kiev em meio a relatos pouco credíveis que culpam a Ucrânia pelo ataque aos gasodutos Nord Stream, disse à Sputnik a ex-analista do Pentágono Karen Kwiatkowski.
No início de fevereiro, o famoso jornalista investigativo estadunidense Seymour Hersh escreveu em um artigo que mergulhadores da Marinha dos EUA colocaram explosivos nos gasodutos russos Nord Stream. Poucos dias depois de Scholz ter conversado com Joe Biden na Casa Branca em 3 de março, surgiram relatos da mídia americana e alemã culpando um grupo pró-ucraniano pelo ataque.
Em uma entrevista transmitida na terça-feira (14), o presidente russo Vladimir Putin chamou a versão do envolvimento de ativistas ucranianos nas explosões nos gasodutos Nord Stream de um “completo absurdo”.
Kwiatkowski sugeriu que os alemães que se opõem à assistência militar contínua a Kiev podem usar as histórias para culpar a Ucrânia pelos desafios econômicos da Alemanha ou eles podem usar a história “inventada” como outro exemplo de mentiras dos EUA e da OTAN.
“No geral, a ‘história’ é um insulto à inteligência de um alemão médio e, como tal, enfraquecerá o apoio alemão ao [presidente ucraniano Vladimir] Zelensky, e demonstrará cada vez mais aos eleitores alemães que o próprio Scholz é uma ferramenta de Washington, que coloca os desejos dos EUA de guerra no continente acima das necessidades e da soberania dos alemães”, disse Kwiatkowski.
“Esse apoio vem diminuindo devido ao custo, à turbulência econômica na Alemanha e à pressão e ao estresse de receber e apoiar mais de um milhão de ucranianos, a maioria dos quais pretende permanecer lá.” Kwiatkowski acrescentou que os políticos e espiões amadores em Washington mal conceberam essa história a tempo da visita de Scholz.
“E aparentemente eles poderiam ter precisado de um conselho e consentimento do chanceler alemão, antes de fornecer o enredo infundado e vago para a mídia amigável”, disse a ex-analista do Pentágono.
Kwiatkowski explicou que se o relatório em si fosse mais crível ou fosse seguido por prisões, evidências reais e dados, talvez isso não tivesse sido tão prejudicial.