Nesta quinta-feira, 9, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, voltou a criticar às denúncias de corrupção feitas contra ele durante a Operação Lava Jato, que em território fluminense era chefiada pelo então juiz Marcelo Bretas.
Mas por outro lado, Cabral fez uma autocrítica por seu relacionamento próximo com empresários durante sua gestão (2007-2014) e a compra de joias.
Em entrevista a Folha, o ex-governador falou que, sobre seus erros, “tenho que enfrentá-los, como enfrentei. Fiquei seis anos preso injustamente diante das circunstâncias e do número de processos”. A alegação de Cabral é que as acusações foram inventadas contra sua pessoa.
Cabral também fez fortes críticas a delação premiada. “Abomino delação. Em 2019, estava completamente arrasado. Família destruída, casamento acabado, filho perseguido. Já estava há quase três anos preso e fui manipulado. Graças a Deus o Supremo [Tribunal Federal] tornou ela inválida. Reitero aqui o pedido de desculpas às pessoas citadas. Eu não trago comigo o fardo dessa história”.
Por fim, o ex-governador afirmou que deve seguir lutando para provando que Bretas agiu na ilegalidade. “Estamos numa luta muito intensa para enfrentar esses processos, mostrar a ilegalidade e a incompetência do juiz. Não quero falar sobre isso enquanto anda. O próprio juiz Bretas está sob investigação do Conselho Nacional de Justiça”.
“Vamos deixar o CNJ investigar, mas eu já fiz uma declaração registrada em cartório em que eu conto um episódio, passo a passo, da abordagem em que o juiz delegou ao seu parceiro, o advogado Nythalmar [Dias Filho], a ida a Bangu 8 para me fazer uma oferta de devolução de patrimônio barra [em troca de] decisão dele como consequência. O método da 7ª Vara é fascista e ilegal. Os procuradores e o juiz abusaram muito dos seus poderes”.