Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres aprovou a celebração de contrato de adesão que permite que a TAV Brasil opere sistema por quase um século
Publicado em 23/02/2023
Por Ricardo Meier
MetrôCTPM — A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou em 13 de fevereiro a celebração de um contrato de adesão com a empresa privada TAV Brasil Empresa Brasileira de Trens de Alta Velocidade SPE LTDA – TAV Brasil para a construção e operação de uma estrada de ferro entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Como o nome da empresa sugere, seria um novo projeto de trem de alta velocidade ligando as maiores capitais brasileiras e cuja exploração por ela prevê um período de 99 anos.
A TAV Brasil foi fundada em fevereiro de 2021 e tem sede em uma sala localizada no bairro de Vila Buarque, no centro da capital paulista. A sociedade, com capital social de R$ 100.000, possui quatro participantes: Marcos Joaquim Goncalves Alves, João Henrique Sigaud Cordeiro Guerra e as empresas Global Ace e Infra S.A Investimentos e Serviços.
Embora a denominação remeta ao projeto do TAV que foi proposto pela gestões petistas em seus primeiros mandatos, nada indica que eles tenham qualquer relação. O primeiro projeto era mais amplo, incluindo um trecho até Campinas, no interior de São Paulo.
A ideia de um “trem-bala” brasileiro remonta a pelo menos 2007, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já em seu segundo mandato, propôs o projeto. O passageiro levaria cerca de 90 minutos para ir de São Paulo ao Rio em velocidades de até 350 km/h.
O governo na época criou até uma estatal, Empresa de Planejamento e Logística (EPL), para estudar o empreendimento, empresa que ainda existe a despeito do TAV não sair do papel.
Já há cerca de 10 anos, o Trem de Alta Velocidade causava desconfiança na iniciativa privada devido aos custos absurdamente altos. O próprio governo estimava o projeto em R$ 35 bilhões enquanto o mercado apostava em pelo menos R$ 50 bilhões. É dinheiro para implantar de 45 a 60 km de metrô subterrâneo, um modal mais urgente para as grandes cidades brasileiras.
Com a inflação, aumento dos custos das matérias primas e de um possível financiamento, imagina-se que o novo “TAV” possa sair bem mais caro. Resta, no entanto, entender como a concessionária pretende viabilizar seu projeto.