Em entrevista ao Metrópoles, a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e defendeu que o Planalto articule junto ao Senado a troca de comando do BC. “É um absurdo uma taxa de juros de 13,75%”, disse a petista.
“Está gerando desvantagem competitiva para o Brasil. É contra o Brasil. Acho que ele tinha que pedir para sair do Branco Central, ele não tem nada a ver com esse projeto que ganhou nas urnas. Nós precisamos ter um Banco Central que cumpra seu papel, que é de controle da inflação – mas também de geração de emprego, que está lá na lei da autonomia -, mas que não estrangule o país. Não está certo o que ele está fazendo”.
Ainda na entrevista, Gleisi afirma que o risco de uma recessão da economia brasileira serve de alerta para a saída de Campos Neto. “Estão dizendo que vai ter recessão. Então o governo para poder se contrapor a isso tem que ter um mega programa de investimento, com grandes ações. Tem que pôr dinheiro em circulação. O que nós vamos fazer? Vamos achar que é bom recessão? O mercado vai achar bom recessão? Claro que o mercado também não quer. Então tem que ser uma política ofensiva do Estado brasileiro para a gente não ter recessão esse ano”.
“Quando não dá certo, quando não tem resultado, ele tem que sair. Aliás, a lei prevê isso né? Quando não dá resultado, tem que sair. Qual o resultado que ele está dando?”, questionou.
“É uma decisão do presidente da República e tem que ser votada pelo Senado. Eu acho que seria mais fácil [ele pedir para sair], para ele, para nós, para todo mundo. Se ele ficar e continuar não entregando resultado, acho que tem que submeter ao Senado. Qual é o problema? As coisas não são imexíveis. É um medo disso, de falar do tema do Banco Central, do presidente do Banco Central. Onde é que está o problema? Não deu certo, sai. E eu acho que o Senado da República tem responsabilidade com o país, tem que fazer uma discussão. Pode ser que hoje se a gente for fazer uma discussão não tenha maioria, mas na política tudo muda”.