O Brasil é autossuficiente em petróleo, produz internamente mais de 85% dos combustíveis que consome não pode usar vetores para formação de preços que não condizem com a realidade brasileira de baixíssimo custo de extração
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados apoiam a decisão do governo federal de taxações com alíquotas diferenciadas para gasolina e etanol como medida alternativa para conter altas bruscas de preços e para o controle da inflação.
A FUP destaca, contudo, que a raiz do problema dos preços internos dos combustíveis e derivados do petróleo está na equivocada política de preços de paridade de importação (PPI), adotada em 2016 pelo governo Temer e mantida por Bolsonaro, e não na desoneração de impostos.
“É crucial a necessidade de reformulação do PPI, conforme promessa de campanha do presidente Lula, e como tem defendido a FUP”, afirma o coordenador-geral da Federação, Deyvid Bacelar, lembrando que a FUP sempre foi contrária à desoneração dos combustíveis por entender que o processo de redução de preços passa, necessariamente, pelo fim do PPI.
Bacelar, que fez parte do grupo de trabalho (GT) de Minas e Energia no governo de transição, lembrou ainda que uma das recomendações do GT foi no sentido de que a desoneração fosse mantida até haver mudança do PPI.
“Não faz sentido algum que o Brasil, autossuficiente na produção de petróleo, com dois terços dos custos de extração em reais, e 85% dos combustíveis produzidos no país, adote o PPI, que usa vetores para formação de preços que não condizem com a realidade brasileira de baixíssimos custos de extração de óleo”, diz o dirigente da FUP.